Segundo aquele departamento governamental, que divulgou a informação através da plataforma Telegram, o número de vítimas mortais poderá aumentar, uma vez que prosseguem as operações de busca e salvamento. Pelo menos 35 pessoas sofreram ferimentos, de acordo com a mesma fonte.
Inicialmente, num primeiro balanço, o governador local falou em sete feridos, atualizando posteriormente para dois mortos e 17 feridos.
O ataque provocou um incêndio no estabelecimento comercial, entretanto extinto, tendo edifícios residenciais e outras lojas localizados nas imediações também sofrido danos, de acordo com o ministério ucraniano, que relatou igualmente mais de uma dezena de veículos atingidos.
Por sua vez, o governador da região de Donetsk, Vadim Filashkin, afirmou que foi determinado que o que atingiu o supermercado foi um míssil russo do tipo ‘X-38’, também conhecido como ‘Kh-38’.
“As autoridades, a polícia, os socorristas e os profissionais de saúde continuam a trabalhar no local do crime”, acrescentou o representante, através da sua conta pessoal na rede social Telegram.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também relatou o ataque nas suas redes sociais, onde publicou imagens dos edifícios destruídos.
“Terroristas russos atacaram um supermercado comum e uma estação de correios. Há pessoas sob os escombros”, disse o líder ucraniano, antes de transmitir condolências aos familiares das vítimas.
Zelensky garantiu também que a Rússia deve ser “responsabilizada” pelo “terror” que causa e que o Governo ucraniano fará todo o possível para garantir que a comunidade internacional continue a apoiar a Ucrânia.
Kostiantynivka, uma cidade industrial com cerca de 67 mil habitantes antes da invasão russa, está localizada a cerca de 13 quilómetros da frente de combate.
O ataque russo surge pouco depois de, hoje de madrugada, uma ofensiva com ‘drones’ (aparelhos não tripulados) ucranianos, já assumida por Kiev, ter provocado um incêndio numa base militar na região russa de Lipetsk, a 300 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.
A informação sobre a incursão ucraniana foi avançada pelo governador regional, Igor Artamonov.
Horas antes, o Ministério da Gestão de Emergências regional tinha indicado estar em curso “um incêndio num aeródromo militar na região de Lipetsk”.
Artamonov disse que Lipetsk foi “alvo de um ataque maciço de ‘drones'”, que causou pelo menos seis feridos, acrescentando que o ataque ucraniano danificou uma central elétrica.
Outro ataque de ‘drones’ ucranianos foi relatado na região de Belgorod, perto da fronteira com a Ucrânia.
Segundo o governador regional, Vyacheslav Gladkov, as defesas aéreas russas abateram 29 ‘drones’ e o ataque causou danos materiais, mas não fez feridos.
Também na cidade de Sebastopol, na península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, o governador Mikhail Razvojaïev anunciou ataques de ‘drones’ aéreos e marítimos.
A região de Kursk, vizinha do município de Lipetsk e que faz fronteira com a Ucrânia, enfrenta desde terça-feira uma incursão ucraniana.
Mais de mil soldados ucranianos e dezenas de veículos blindados estão envolvidos no ataque, lançado de surpresa, avançou o Estado-Maior russo, que disse estar a fazer tudo para os repelir.
Moscovo reivindicou, entretanto, ter abatido 945 militares ucranianos desde o início da incursão, número não confirmado por fontes independentes e ainda por comentar pelas autoridades de Kiev.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
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