Em comunicado, a organização ambientalista fala numa “tragédia que continua a acontecer em vários pontos do país com aves de espécies ameaçadas que passam “horas em sofrimento e acabam por morrer quando ficam “presas em redes autorizadas” pelo ICNF.

“As redes são usadas para impedir que as aves se alimentem dos peixes das aquaculturas e os empresários do setor mostram-se dispostos a procurar soluções, mas o ICNF tem ignorado o problema”, apontam os ambientalistas.

“Como entidade licenciadora e fiscalizadora, o ICNF tem um papel fundamental neste processo, já para não falar das obrigações legais que o Estado Português não está a cumprir”, afirma o diretor da SPEA, Domingos Leitão.

As redes, afirma, são de fio de pesca fino e transparente, invisível para as aves, que por isso continuam a ir aos tanques para pescar e acabam por cair numa armadilha mortal.

“Umas ficam com cortes profundos no corpo e nas asas, chegando a morrer afogadas. Outras ficam enrodilhadas nesta armadilha e passam horas a tentar soltar-se, acabando por sucumbir à exaustão, fome e desidratação”, segundo a SPEA.

A organização defende que o ICNF, responsável pelas licenças concedidas aos aquacultores para colocarem as redes devia controlar o impacto que as redes têm na população das aves e diz que, apesar de repetidos pedidos de informação, “este tema continua sem resposta”.

Uma solução sugerida pela SPEA é o uso de redes pretas que as aves possam ver, evitando aproximar-se, ou uma malha mais apertada, que não as prendesse, em conjunto com fitas coloridas para as afastar dos tanques.