Segundo o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio de Almeida, “é normal antes de qualquer manifestação ou paralisação” existir uma reunião com a PSP para que as forças polícias estejam a par do que se vai fazer, nomeadamente para acompanharem o protesto e cortarem o trânsito.
Questionado sobre a possibilidade de, no protesto contra as plataformas Uber e Cabify, os taxistas estacionarem os carros e seguirem a pé até à Assembleia da República, Florêncio de Almeida disse à agência Lusa que “isso nunca” será aceitável, frisando que “não há qualquer negociação” nesse sentido.
“Os carros têm que ir até à Assembleia da República”, afirmou.
Sobre a negociação com a PSP do percurso do protesto, o dirigente da ANTRAL adiantou que os taxistas estão disponíveis para negociar, caso a alteração ao percurso seja “mais viável para todos”.
No entanto, Florêncio de Almeida frisou que, se não concordar com a alteração do percurso, não vai abdicar dos percursos que tem em mente.
“Já traçámos o percurso, desta vez igual ao da última [manifestação], porque foi uma negociação que fizemos com a PSP, que é descer a Avenida da Liberdade até à rua do Arsenal, em vez de irmos pelo Largo do Rato, porque teríamos mais espaço para estacionarmos”, sublinhou.
Neste sentido, o representante do setor do táxi não vê qualquer motivo para que a PSP queira alterar o percurso da manifestação.
De acordo com o responsável da ANTRAL, o protesto vai mobilizar “mais de seis mil” profissionais de todo o país. Os taxistas do Porto vão concentrar-se às 03:00, no Castelo do Queijo, seguindo em direção a Lisboa, passando por Fátima para agrupar os profissionais do Centro. Já os taxistas do Algarve vão juntar-se às 03:30 e, depois, pelas 06:30, reunir-se-ão com os colegas da Margem Sul, no centro sul de Almada.
O protesto de taxistas em Lisboa, marcado para segunda-feira, inicia-se às 07:00 com uma concentração no Parque das Nações, seguindo depois, pelas 08:30, com as viaturas em desfile até à Assembleia da República, anunciou a organização.
Num comunicado divulgado entretanto, a ANTRAL e a Federação Portuguesa do Táxi (FPA) informaram que a “concentração-desfile de táxis” vai seguir, às 08:30, em direção à Assembleia da República, passando pela Praça José Queirós, Av. Dr. Francisco Luís Gomes, Av. de Berlim, Aeroporto de Lisboa, Rotunda do Relógio, Av. Almirante Gago Coutinho, Av. Estados Unidos da América, Campo Grande, Av. da República, Saldanha, Marquês de Pombal, Restauradores, Rossio, Rua do Ouro, Rua do Arsenal, Cais do Sodré, Av. 24 de Julho, Rua D. Carlos I e Rua de São Bento.
De acordo com a ANTRAL e a FPA, os taxistas “permanecerão concentrados em frente à Assembleia da República até que a direção decida pôr fim à concentração”.
O setor do táxi marcou o protesto para contestar a atividade das plataformas ‘online’ que permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros, com uma aplicação para ‘smartphones’ que liga quem se quer deslocar a operadores de transporte.
Os taxistas reclamam sofrer de concorrência desleal em virtude do quadro legislativo existente, que os obriga a determinados preceitos financeiros e de segurança, por exemplo, para poderem exercer a sua atividade.
O Governo vai regulamentar a atividade de plataformas eletrónicas como a Cabify e a Uber até ao final do ano, revelou o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, no final de setembro passado.
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