“Infelizmente, o inimigo tem tanto medo da contraofensiva que tenta simplesmente destruir tudo o que encontra na margem direita [ocidental]”, afirmou a porta-voz militar Natalia Gumeniuk, referindo que as forças russas estão a utilizar bombardeamentos de saturação para alcançar este objetivo.

Também conhecidos como “bombardeamentos de tapete”, os bombardeamentos de saturação consistem no lançamento de ataques maciços para causar a destruição completa de uma determinada área.

Segundo a porta-voz militar de Kiev, as forças russas estão a usar bombas guiadas que têm um alcance de dezenas de quilómetros e que não estão ao alcance dos mísseis ucranianos.

A força aérea ucraniana tem alertado nos últimos meses para o uso deste tipo de bombas por parte da aviação russa, pedindo aos aliados ocidentais o envio de caças F-16 para obter superioridade aérea.

Na segunda-feira, os bombardeamentos russos levaram a cortes de eletricidade em várias regiões ucranianas, incluindo Kherson.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.