O presidente norte-americano acusou hoje a Rússia de tentar “criar uma justificação falsa” para uma guerra com a Ucrânia. Numa comunicação ao país, Joe Biden afirmou que Moscovo pretende atacar a Ucrânia "nos próximos dias” ou durante a próxima “semana”, cita a agência France Presse.
Segundo o presidente norte-americano, Vladimir Putin “tomou a decisão” de invadir mesmo o país do leste europeu.
"Neste momento, estou convencido de que ele tomou a decisão. Temos razões para acreditar nisso", disse Biden. Porém, admite que "até que ele o faça, a diplomacia é sempre uma possibilidade", acrescentou.
Agora, acrescentou, Moscovo tem uma “escolha entre a guerra” e a “diplomacia”, revelando que o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, vai encontrar-se quinta-feira, na Europa, com o homólogo russo, Sergey Lavrov.
Ainda assim, o presidente norte-americano afirma que "pode não" ser "prudente" o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deixar a Ucrânia neste momento.
Os Estados Unidos estimam que, neste momento, a Rússia tem provavelmente entre 169.000 e 190.000 soldados destacados dentro e junto à fronteira da Ucrânia, muito acima dos cerca de 100.000 a 30 de janeiro, indicou o representante permanente norte-americano na OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa), Michael Carpenter.
Além das tropas estacionadas ao longo da fronteira ucraniana, na vizinha Bielorrússia e na península da Crimeia, Carpenter disse que a estimativa inclui forças lideradas pela Rússia no leste da Ucrânia e também unidades de segurança interna destacadas para essas zonas.
As autoridades norte-americanas e europeias estão em alerta máximo para quaisquer tentativas da Rússia para criar um pretexto para uma invasão da Ucrânia.
Os responsáveis estão preocupados que o aumento dos bombardeamentos na região de Donbass, a parcela de território do leste ucraniano onde separatistas apoiados por Moscovo combatem há oito anos forças do exército de Kiev, possa ser usado pelo Kremlin como pretexto para lançar uma ofensiva sobre a Ucrânia.
A Rússia e o Ocidente trocaram nas últimas semanas propostas sobre a arquitetura de segurança na Europa, com o objetivo de desmantelar a crise em torno da Ucrânia.
Entre as suas exigências em matéria de segurança, Moscovo quer uma retirada das forças norte-americanas da Europa central e de leste e dos Estados bálticos.
A maioria das propostas russas foi desde logo considerada inaceitável pela NATO, a União Europeia e os Estados Unidos.
Antigas repúblicas soviéticas, a Lituânia, a Estónia e a Letónia advertem regularmente contra qualquer compromisso com a Rússia.
O leste da Ucrânia foi hoje alvo de novos bombardeamentos, de cuja autoria o exército ucraniano e os separatistas pró-russos se acusam mutuamente.
A Rússia, que nega qualquer projeto de invasão, enquanto simultaneamente exige a retirada da NATO da Europa de Leste, é considerada o patrocinador militar e financeiro dos separatistas do leste ucraniano.
Dirigentes internacionais e diplomatas de alto nível estão reunidos em Munique, no sul da Alemanha, entre hoje e domingo para três dias de debates sobre questões de defesa e segurança.
As reuniões em diferentes formatos vão suceder-se em Munique, onde estão igualmente presentes o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, os principais chefes da diplomacia dos Estados-membros da União Europeia e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Os russos, habitualmente presentes nesta conferência, não enviaram representantes este ano.
*Com agências
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