“Nesta última semana tivemos cerca de 100 crianças e jovens a matricularem-se formalmente nas escolas portuguesas”, afirmou o ministro Tiago Brandão Rodrigues, acrescentando que estão em Portugal muito mais refugiados em idade escolar, mas é preciso dar tempo às famílias para se organizarem.
“Sabemos que estão a chegar ao longo destas semanas, mas estão primeiro num processo de acomodação, na tentativa de encontrar um sítio para residir. Sabemos que toda a saída da Ucrânia, dependendo do momento em que terão saído, pode ter sido muito diferenciada”, alertou o governante.
Portugal concedeu até hoje mais de 7.200 pedidos de proteção temporária a pessoas vindas da Ucrânia, segundo dados avançados à Lusa pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) quando passam 19 dias do início do ataque da Rússia.
O ministro da Educação garantiu que da parte das escolas não haverá qualquer entrave ao acolhimento dos menores, lembrando que existe já “uma larga experiência na receção de alunos refugiados, migrantes e até menores não acompanhados”.
“Todos os verões recebemos um conjunto muito significativo de estudantes, assim como ao longo de todo o ano letivo”, disse, sublinhando que “existe uma grande experiência na receção de crianças que vêm de contextos complexos e todos os tipos de migrantes”.
A garantia também já tinha sido dada na semana passada à Lusa pelos diretores escolares que dizem ser habitual receber estudantes ao longo de todo o ano letivo, inclusivamente estrangeiros que não sabem falar português.
Para estes alunos existem aulas de Português Língua Não Materna, que é o que está pensado também para os menores refugiados que estão agora a chegar a Portugal.
“Não sabemos quantos refugiados ucranianos chegarão a Portugal neste período, nem a duração deste processo”, acrescentou Tiago Brandão Rodrigues, reconhecendo que se vivem tempos de “uma enorme imprevisibilidade”.
À Guarda, por exemplo, “chegaram 100 ucranianos, sendo que 15 são jovens em idade escolar”, acrescentou o ministro à margem da sessão de apresentação da moeda comemorativa “O Clima”, da autoria de um aluno da Guarda.
“O importante é podermos acarinhar estas famílias e recebê-las bem. A Segurança Social e as autoridades de saúde também estão a trabalhar”, disse, garantindo que professores e funcionários assim como encarregados de educação têm-se mostrado disponíveis para ajudar.
“Os diretores dizem que estão preparados, as escolas estão preparadas, e os encarregados de educação têm mostrado a vontade de participar nas suas comunidades para que as crianças possam sentir que estão a chegar a um sítio onde estão todos de braços abertos para os receber”, afirmou em declarações aos jornalistas.
Nos estabelecimentos de ensino também tem havido uma preocupação especial com os alunos ucranianos e russos que já viviam em Portugal,”para que todas entendam que fazem parte da comunidade escolar e que aqui estão seguras e cuidadas por todas”, assim como com todos os menores no geral, para explicar o que está a acontecer na Europa.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, um ataque que foi condenado pela generalidade da comunidade internacional.
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