“O MUSP considera que as medidas assumidas no Orçamento do Estado para 2019 visando a redução do tarifário são um passo positivo que importa alargar a todo país, nomeadamente criando um passe para cada uma das comunidades intermunicipais (CIM) com um valor que não ultrapasse os 40 euros e cubra todos os operadores que intervêm nessas regiões”, sustentou o movimento em comunicado.
Saudando a “criação do passe intermodal único nas áreas metropolitanas” de Lisboa e do Porto, uma medida que classificou como “uma vitória de todos aqueles que lutaram pelo seu direito à mobilidade ao longo das últimas décadas”, o MUSP exigiu “um reforço de verbas” para que o Programa de Apoio à Redução do Tarifário nos Transportes Públicos possa estender-se a todo o país, “de modo a que todos os utentes de transportes públicos usufruam das mesmas condições, independentemente do local em que residam, estudem ou trabalhem”.
Para o movimento, “nenhum título de transporte mensal para circular na mesma área metropolitana ou na mesma CIM deve ter um custo superior a 40 euros [e] nenhuma família deve pagar mais de 80 euros por mês para aceder aos transportes públicos da sua zona”.
Por considerar que “as diferentes velocidades e alcance na implementação deste Programa de Apoio à Redução Tarifária frustram as expetativas criadas nos utentes e populações”, o MUSP “reclama o reforço de verbas neste programa para a efetiva concretização destas medidas em todo o território nacional”.
Além disso, o movimento exige mais e melhores transportes públicos, insistindo em que “é imperioso o reforço do investimento em novo material circulante, na manutenção do que está atualmente ao serviço e na modernização da frota e reforço do pessoal operacional”.
“Urge um sério reforço da oferta de transporte público em todos os modos de transporte”, lê-se no comunicado.
“Os utentes e as suas comissões alcançaram uma grande vitória com a criação do passe único, mas vão continuar a levantar a sua voz na exigência de um transporte público com qualidade (fiável, frequente, seguro e confortável) em todo o território nacional”, sublinha o MUSP.
Na segunda-feira, dia em que o Governo e os presidentes dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) assinaram na capital os contratos para a entrada em vigor, em abril, de um passe único nos 18 concelhos da AML, que custará no máximo 40 euros, o primeiro-ministro, António Costa, frisou que a redução dos preços dos transportes é um programa nacional e vai beneficiar, a partir de 01 de abril, 85% dos portugueses.
“Ao contrário do que muitas vezes tenho ouvido dizer, não é verdade que esta oportunidade de redução tarifária seja exclusiva de Lisboa ou do Porto, nem sequer destas áreas metropolitanas: este programa é um programa nacional, ao qual, felizmente, aderiram todas as 23 comunidades intermunicipais”, salientou António Costa, no encerramento da cerimónia de assinatura dos novos preços dos transportes públicos na AML.
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