O presidente anunciou que um dos primeiros passos da Constituinte será instalar uma "comissão da verdade para investigar os crimes da direita" durante os protestos que exigem a sua saída do poder e deixaram 113 mortos desde 1.º de abril. "Sou o mais interessado em que se saiba toda a verdade", afirmou, diante das denúncias de violação dos direitos humanos por parte de militares e policiais nos protestos. Num anúncio, a candidata Dexy Gómez prometeu "garantir a paz e o amor".

Aperfeiçoar a Economia

Maduro planeia ainda "aperfeiçoar o sistema económico" para superar o enfraquecimento petroleiro, uma das raízes dos graves problemas do país. Na quinta-feira, no encerramento da campanha, Maduro mostrou um livro intitulado "Venezuela, o país das mil e uma oportunidades", que guia as propostas económicas para o país.

O presidente já havia adiantado que vai pedir aos constituintes uma lei de controlo de preços contra a "especulação" e a "guerra económica" que, segundo ele, é promovida pela oposição e por empresários para asfixiar os venezuelanos e propiciar a sua queda.

Desde 2003 que vigora na Venezuela um controlo de preços de produtos básicos. Os empresários sustentam que este controlo desestimula a produção e aprofunda a escassez de alimentos e remédios. Argumentam ainda que a falta de oferta dispara a inflação, que segundo o FMI chegará a 720% este ano.

O candidato Alexander Sala projeta "um sistema de desenvolvimento" baseado já não no petróleo, mas no gás.

Constitucionalizar Missões

Outra das promessas é constitucionalizar as "missões", como o governo chama aos programas sociais, e o "Cartão da Pátria", um cartão eletrónico para ter acesso a esses planos e para comprar alimentos subsidiados.

Segundo Maduro, ao constitucionalizar a "Missão Casa" - com a qual assegura ter construído 1,7 milhão de casas - entregará apartamentos aos casais jovens quando se casarem. Também quer converter o plano "Sorte Juvenil" numa lei de primeiro emprego.

O candidato Antonio León, que se apresenta como 'La Máscara', propôs que se fiem as bolsas de comida subsidiada vendidas pelo governo em zonas populares. "Deem a eles e, depois, quando tiverem dinheiro, poderão pagar", sustenta o candidato.

Melhorar a segurança

Maduro quer reformar o sistema policial e endurecer as penas contra violação, sequestro, homicídio e terrorismo.

A Venezuela registou 21.752 homicídios em 2016, uma taxa de 70,1 para cada 100.000 habitantes, quase nove vezes maior do que a média mundial, de acordo com o Ministério Público venezuelano. O aspirante Héctor Idrogo propôs "um capítulo dedicado a transportes mais seguros".

Democracia participativa

Maduro também propõe "novas formas da democracia participativa e protagonista", o que para a oposição significará um sistema eleitoral setorizado que privilegiaria o voto chavista, como, para eles, já ocorre com a Constituinte.

A candidata Oneida García quer "dar poder à comunidade e aos conselhos comunitários", grupos organizados do governo. Vários sugerem "transformar o Estado", sem dar mais detalhes.

Serve para tudo

A linguagem gestual também será de categoria constitucional, segundo Maduro, que promete que a nova Constituição combaterá a mudança climática.

Serviria para "a proteção da água" e para que "todos a tenham", de acordo com o candidato Jesús Vidal.

Gerardo Rivas, que se postulou como representante dos camponeses e pescadores, impulsiona uma "lei das sementes", enquanto o candidato estudantil Carlos Viana propõe um órgão controlador que "verifique a pertinência de cada uma das pesquisas" universitárias.

Por Esteban Rojas e Alex Vasquez / AFP

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