Faria hoje 208 anos. Foi poeta, romancista e dramaturgo. E é considerado o mais notável escritor romântico francês. Reza a história que, para se obrigar a escrever, costumava pedir aos empregados que lhe escondessem as roupas. Assim, ficava em casa por não ter o que vestir para sair. Era de pé, em frente a um espelho, que escrevia. Conhecemo-lo pelas obras "Notre-Dame de Paris" e "Les Misérables". Ou, mais não seja, pelo Corcunda de Notre-Dame e pela Esmeralda do filme da Disney. Chamava-se Victor Hugo.

E hoje, pelo mundo, começa a haver quem comece a ponderar ficar assim fechado em casa. Não por ter de escrever ou por não saber das roupas, mas sim com receio de sair à rua. Por outro lado, também há quem tenha de ficar mesmo em quarentena. Os números do coronavírus continuam a assustar: o Covid-19 já infetou mais de 80 mil pessoas e fez mais de 2.700 mortos em todo o mundo. É sobre este medo que escreveu hoje Patrícia Reis, dizendo que não o ter é "inconsciente, irresponsável e pouco inteligente".

Aqui ao lado, em Espanha, já se contabilizam alguns casos da doença. No país natal de Victor Hugo também. E em Itália. Se andar perdido nas contas, pode ver tudo neste artigo, ponto por ponto, para se situar.

Contudo, falam-se também em reações exageradas. A nível das máscaras e desinfetantes, por exemplo. A diretora de saúde pública da Organização Mundial de Saúde, Maria Neira, assegurou hoje que é "irracional e desproporcionado" que se esgotem este tipo de materiais nas farmácias por medo do coronavírus. Por cá, o Governo também já garantiu que podemos ter calma. Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, veio dizer que Portugal está preparado para uma eventual entrada do Covid-19 no país, com um plano de contingência pronto a ser ativado.

Embora comece a parecer que sim, o mundo é mais do que o coronavírus. Sem serem histórias de Victor Hugo, existem também algumas dignas de serem referidas neste dia (e que certamente seriam boas bases para ficção):

  • Roosevelt e Churchill contra Salazar: O presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, e o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, tinham um plano para invadir os Açores se Salazar não concedesse facilidades militares aos Aliados com a ameaça nazi. O episódio é contado por Luís Andrade, especialista em relações internacionais.
  • O dilema do Serviço Nacional de Saúde: Uma ida às urgências e um internamento são a melhor maneira de conhecer o dia-a-dia do SNS. Quem o conta é José Couto Nogueira, num artigo de opinião para ler no SAPO24.

Antes de me despedir, deixo-lhe algumas sugestões para os próximos dias:

Caso queira sair do país: A Feira de Arte Contemporânea ARCOmadrid, em Espanha, que nesta edição dá maior visibilidade e notoriedade à figura do artista, junta no mesmo espaço, a partir de hoje, mais de 200 galerias de 30 países, 13 das quais portuguesas. Vhils é um dos artistas presentes, valerá certamente a viagem.

Caso queira só sair de casa, ficando por Portugal: Passeios de Patins por Lisboa. Os Urban Rollers são uma comunidade que tem como objetivo a promoção do desporto através da patinagem urbana na cidade de Lisboa. Existem encontros de patinadores todas as quintas-feiras junto ao Caleidoscópio, no Campo Grande. É aparecer para ver como tudo acontece.

Com vontade de pegar novamente na minha edição de "Les Misérables", mas para ler com este sol de inverno num banco de jardim (e sem máscara, para já), eu sou a Alexandra Antunes e hoje o dia foi assim.

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