Falando em Sófia após um encontro com o primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borissov, Stoltenberg exortou Moscovo a regressar ao cumprimento do tratado INF, que é há décadas a base do controlo de armamento.
“A NATO não quer uma nova Guerra Fria, não queremos uma nova corrida ao armamento”, adiantou.
Independentemente do apelo, o secretário-geral da Aliança Atlântica considerou que a organização se deve preparar para “um mundo sem tratado INF e com mais mísseis russos”.
Os Estados Unidos anunciaram no início de fevereiro a sua retirada daquele tratado – concluído em 1987 em plena Guerra Fria para reduzir os riscos de um confronto -, acusando a Rússia de o ter violado.
Em resposta, Moscovo suspendeu igualmente a sua participação no tratado, denunciando “acusações imaginárias”.
Os observadores chamaram a atenção para o risco de uma nova corrida ao armamento nuclear, enquanto a Rússia anunciou que deverá desenvolver novos mísseis terrestres durante os próximos dois anos.
O primeiro-ministro búlgaro, que receberá na próxima semana o seu homólogo russo, Dmitri Medvedev, disse pretender “utilizar ao máximo a força da diplomacia para não se entrar numa corrida aos armamentos”.
“Não somente a Bulgária não é o cavalo de Troia da Rússia na NATO, como é um dos membros mais disciplinados e leais da NATO”, sublinhou Borissov.
Membro da União Europeia e da Aliança Atlântica, a Bulgária tem fortes laços históricos e económicos com a Rússia.
Sófia depende quase inteiramente da Rússia em relação ao consumo de energia e o país prepara-se para a construção de um novo gasoduto, que atravessará o seu território desde a fronteira turca até à Sérvia, para beneficiar do trânsito do gás russo através do futuro gasoduto Turkish Stream.
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