Finalmente, ei-lo. O dia em que a América escolhe o seu próximo Presidente. O que é a mesma coisa que escrever que o pior debate da história política por terras de o Tio Sam já lá vai, o rodízio de comícios para voltar a Fazer a América Grande Outra Vez idem, e o apelo ao voto de Barack Obama e Lady Gaga também. Assim, o jogo das eleições americanas está oficialmente em curso. Está aí a Election Night — com os cinco eleitores de Dixville Notch, um aldeia de 12 habitantes no nordeste dos Estados Unidos, a votar à meia-noite (hora local) como manda a tradição.

O SAPO24 está acompanhar o dia das eleições presidenciais ao minuto desde o início da manhã e continuará a fazê-lo durante esta madrugada adentro até à manhã de quarta-feira. No entanto, se por motivos de trabalho ou outros ainda não teve oportunidade de saber o que passou até agora nos Estados Unidos, poderá fazê-lo através deste link. Hoje, Barack Obama já veio dizer que Biden fez dele melhor presidente, Melania Trump e o casal Clinton também, e até as Grandes Redes Sociais (Facebook e Twitter) já vieram avisar de que vão estar de olho em quem fizer publicações sobre possíveis vencedores antecipados. Ah, e o músico Kanye West já anunciou que votou naquele em quem confia: nele próprio. E Trump começou o dia a partilhar um vídeo em que dança o YMAC.

Só que além do acompanhamento ao minuto das presidenciais, pode encontrar também os perfis de Trump e Biden, assim como dos respetivos vices Mike Pence e Kamala Harris. Ou seja, enquanto os primeiros resultados não chegam e a noite ainda não aquece, compilamos uma série de artigos que poderão ser úteis para compreender melhor aquilo que está em jogo. E poderá aproveitar, por exemplo, para ler ou reler a entrevista a Gonçalo Castel-Branco sobre os bastidores das eleições nos EUA — o português explica como funciona a máquina das presidenciais, sendo que se trata de uma voz que sabe do que fala ou não tivesse feito parte das campanhas de Obama e de Hillary Clinton.

Contudo, deixa-se desde já a frase que tem sido uma constante e que continuará a sê-lo amiúde: há uma probabilidade de os resultados não se saberem nas primeiras horas, ou sequer nos primeiros dias. Ou seja, uma decisão final pode chegar a demorar semanas. Isto porque já se sabe que só no caso de existir uma margem significativa é que os estados considerados chave avançam com um vencedor. Portanto, quer apoie a recondução da administração Trump para um novo mandato, quer espere ansiosamente pela eleição de Biden, o provável é que não se possa concluir nada com grandes certezas no imediato. É preciso aguardar. 

Mas passeando um pouco pelos órgãos de comunicação (internacionais ou nacionais) não há grande volta a dar: já se sabe que a maré noticiosa das próximas horas vai cobrir os principais destaques, os soundbites, as projeções e as incidências que se avizinham do outro lado do Atlântico — tudo escrutinado ao ínfimo detalhe e em permanência. Porque o dia está apenas a começar. E escrevo a começar porque a expectativa é mesmo essa: hoje vota-se, as habituais fotografias das enormes filas nos locais de voto até já existem, mas não se espere por resultados definitivos ao longo da madrugada.

A culpa, essa, é dos votos por correspondência. É que nas últimas semanas milhões de pessoas votaram por correio — e a contagem de cada voto por correspondência implica mecanismos complexos. Ora, acontece que alguns deles são desenvolvidos manualmente, e diversos Estados apenas iniciam a contagem a partir da terça-feira eleitoral (como é o caso de Pensilvânia, Michigan e Wisconsin) pelo que vai demorar até se saber a quem vão pertencer os 270 votos do Colégio Eleitoral que ditam a eleição.

As sondagens dizem que Biden parte na frente, que tem alguma vantagem, mas nas eleições de 2016 foi dito o mesmo. Portanto, o melhor a fazer é aguardar pelos resultados oficiais — especialmente os grandes eleitores que vão sair dos três estados (os três supracitados) que se podem revelar instrumentais para decidir quem será o novo líder da Casa Branca, conforme dá conta Francisco Sena Santos. 

Termino esta crónica recordando que pode acompanhar tudo o que é relacionado com as nossas eleições no nosso liveblog, no site do SAPO24 e na nossa página especial dedicada às Eleições americanas 2020.