“Os nossos parceiros conhecem as nossas necessidades e qual a quantidade”, assinalou durante um discurso em Davos, acrescentando que as suas forças já garantiram vantagem face à frota ussa no mar Negro e que a Ucrânia já provou “conseguir atingir aviões militares russos que até ao momento ninguém abateu”.

Na segunda-feira, Kiev reivindicou a destruição de dois aviões russos de comando sobre o mar de Azov, e que poderá significar um rude golpe para a Rússia numa zona que deveria controlar.

No decurso da sua intervenção no Fórum económico mundial que decorre anualmente na cidade suíça de Davos, Zelensky também invetivou Putin numa referência à situação no terreno, e quando a linha da frente permanece praticamente imóvel desde há vários meses.

“Após 2014, foram feitas tentativas para congelar a guerra no Donbass [leste da Ucrânia]. Existiam garantes muito influentes, a chanceler alemã [Angela Merkel], o Presidente francês [François Hollande]. Mas Putin é um predador que não se contenta com produtos congelados”, declarou na sua intervenção perante dezenas de responsáveis internacionais.

Acusou ainda o Presidente russo de “tentar normalizar” as “deportações massivas, as cidades e vilas arrasadas e o aterrador sentimento de que a guerra talvez nunca termine”.

“De facto, Putin incarna a guerra”, prosseguiu Zelensky, para considerar que “ele nunca mudará”.

Ao renovar o seu apelo aos ocidentais para a entrega de mais armamento ao seu país, o Presidente ucraniano assegurou que “as possíveis orientações e o próprio calendário de uma nova agressão russa para além da Ucrânia tornam-se cada vez mais evidentes”.

Após solicitar ajuda para que Kiev garanta “superioridade aérea” sobre a Rússia, assegurou ainda que “os nossos parceiros conhecem as nossas necessidades” e fustigou os apelos ocidentais para evitar uma “escalada” do conflito.

“Para nós, cada ‘não à escalada’ soa como um “Vocês vencerão” dirigido a Putin”, sublinhou.

Zelensky também pediu que a indústria nuclear russa seja submetida a sanções, e pediu a entrega à Ucrânia e aviões russos imobilizados em diversos países da Europa.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.