“Há uma clara necessidade de desenvolver e reforçar os nossos grupos de tiro móveis, bem como de obter todos os sistemas de defesa aérea altamente eficazes”, realçou o chefe de Estado ucraniano, numa mensagem através das redes sociais, após uma reunião “longa e detalhada” com as autoridades de Kiev responsáveis pelo combate às forças russas.
Zelensky frisou que foram analisados os “ataques recentes” da Rússia contra a Ucrânia, executados através de mísseis e “ataques massivos de ‘drones'”.
“Analisamos as táticas de nossa defesa aérea. Analisamos separadamente o trabalho dos Patriots e do NASAMS — tudo é altamente eficaz, e sou grato aos parceiros que nos auxiliam especificamente com esses sistemas”, apontou.
Sobre a situação na frente de combate, Zelensky referiu que foi dada “especial atenção” a Donetsk – Avdiivka, Maryinka – e região de Bakhmut.
“Nas últimas 24 horas, foram observadas ali as hostilidades mais intensas. Agradeço a todos os nossos guerreiros pela força e resiliência”, vincou, destacando a manutenção das posições das forças ucranianas em Kupyansk.
As autoridades responsáveis pelo combate às forças de Moscovo, que engloba o Estado-Maior, Ministério da Defesa, primeiro-ministro, autoridades regionais, comandantes das formações militares operacionais e estratégicas, também discutiram as ações das forças ucranianas na frente de combate a sul, acrescentou.
Zelensky garantiu ainda que todos os recursos financeiros estão disponíveis e todas as decisões “em vigor”, apelando a um “trabalho abrangente nas comunidades”.
De acordo com o relatório diário de hoje do Estado-Maior ucraniano, o ponto mais ativo da linha da frente continua a ser em torno da cidade de Avdivka, em Donetsk, onde a Rússia continua a tentar cercar a cidade e as forças ucranianas repeliram 23 ataques na segunda-feira.
O Exército russo fez progressos em diversas áreas junto a Avdivka, admitiu o Centro de Estratégias de Defesa, um ‘think tank’ de Kiev que publica diariamente um balanço da situação da guerra na Ucrânia.
Desde 10 de outubro que a Rússia tem lançado várias ofensivas contra Avdivka, localidade situada perto de Donetsk, capital da região com o mesmo nome, na qual terá perdido milhares de soldados e um número significativo de equipamento militar.
Nos últimos dias, os russos reduziram a intensidade dos ataques aéreos, bem como o número de veículos blindados mobilizados para esta parte da frente, onde continuam, no entanto, a avançar com ataques de infantaria, avançou o Centro de Estratégias de Defesa.
A Rússia está a sofrer na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, cerca de 80% das perdas totais em toda a frente, disse na segunda-feira o comandante do grupo operacional e estratégico Tavria do exército ucraniano.
As forças russas continuam a tentar cercar Avdivka, com ataques terrestres e aéreos persistentes, mas as tropas ucranianas mantêm as posições, disse Oleksandr Tarnavski na plataforma de mensagens Telegram,
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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