Os ‘dragões' conseguiram inverter uma desvantagem que, há 19.ª jornada, era de sete pontos, para o rival Benfica, para terminarem a competição no primeiro lugar, com mais cinco que os ‘encarnados', fechando as contas com um total de 82 pontos.

O desfecho fulgurante do título, que até foi conseguido quando ainda havia duas rondas por disputar, até contrastou com um arranque de época marcado por uma inesperada desilusão, no afastamento precoce da Liga dos Campeões, aos pés dos russos do Krasnodar, que fechou as portas da fase de grupos da prova milionária, com óbvios impactos financeiros.

No campeonato, a equipa também entrou em falso, com uma derrota frente ao Gil Vicente, em Barcelos, num dos quatro desaires ao longo da prova, mas que foi recuperado, nomeadamente, nos embates diretos com os principais rivais, onde os comandados de Sérgio Conceição fizeram o pleno, vencendo os dois jogos com Benfica e Sporting.

Apesar de não terem um plantel vasto em opções, os ‘dragões' conseguiram, globalmente, acertar nas suas contratações, nomeadamente no guarda-redes Marchesín, no regresso do defesa Marcano, ou na revelação do avançado Luiz Díaz, aproveitando, também, para apostar em vários jovens da sua formação, sobretudo na parte final do campeonato.

Nas contas da Liga Europa, o conjunto nortenho, com alguns solavancos, acabou por superar a fase de grupos, mas caiu no duelo seguinte, a eliminar, frente aos alemães do Bayer Leverkusen, passando, então, a concentrar as suas maiores atenções no campeonato.

Para trás também ficou a Taça da Liga, após a derrota na final, frente ao Sporting de Braga, numa altura particularmente instável, onde Sérgio Conceição, então alvo de críticas, chegou mesmo a colocar o seu lugar à disposição, falando em "falta de união no clube".

Coincidência, ou não, foi a partir desse momento que a equipa encetou a recuperação na I Liga, reduzindo, progressivamente, a desvantagem para o então líder Benfica, e assumindo, à 23.ª jornada, a liderança da prova, com mais um ponto.

Quando surgiu a paragem forçada devido à pandemia da covid-19, os ‘azuis e brancos' passaram a quarentena galvanizados pelo primeiro lugar, mostrando maior regularidade na retoma, pois, mesmo com dois deslizes, frente a Famalicão e Desportivo das Aves, foram capitalizando os tropeções dos Benfica, chegando a ter uma vantagem de sete pontos.

Sem mais largar a liderança da prova, e com a reeleição de Pinto da Costa para o seu 15.º mandato na liderança do clube a fortalecer a estabilidade, apesar de um ato eleitoral onde teve dois concorrentes, a equipa atingiu o objetivo principal, mas ainda tem um derradeiro desafio na final da Taça da Portugal frente ao Benfica, no sábado.

Pepe a 'triplicar', nove 'bis' e 18 estreias entre 28 campeões

O veterano central luso-brasileiro Pepe, de 37 anos, sagrou-se campeão português de futebol pela terceira vez, sendo o mais titulado dos 28 jogadores utilizados pelo FC Porto na I Liga 2019/20.

O internacional português regressou a meio da temporada passada aos 'dragões', após 10 épocas no Real Madrid e uma e meia no Besiktas, e repetiu os sucessos de 2005/2006 e 2006/2007, na sua primeira passagem pelos ‘dragões’ (2004/07).

Além dos três campeonatos, Pepe, que chegou ao Dragão proveniente do Marítimo, conquistou ao serviço do FC Porto uma Taça de Portugal, em 2005/06, e uma Supertaça, em 2006/07, ambas arrebatadas em jogos decisivos com o Vitória de Setúbal.

O central nascido em 26 de fevereiro de 1983, em Maceió, esteve igualmente nos dois títulos conquistados por Portugal, o campeonato da Europa de 2016 e a Liga das Nações de 2019.

Pelo Real Madrid (2007/2017), ‘encheu-se’ também de títulos, arrebatando três edições da Liga dos Campeões, um Mundial de clubes, uma Supertaça Europeia, três campeonatos espanhóis, duas edições da Taça do Rei e duas da Supertaça espanhola.

O sexto jogador com mais internacionalizações pela principal seleção lusa (108), apenas atrás de Cristiano Ronaldo, Figo, João Moutinho, Nani e Fernando Couto, ainda pode arrebatar em 2019/20 nova Taça de Portugal, na final de sábado com o Benfica.

Em relação aos outros elementos do plantel, nove jogadores chegaram ao segundo título, repetindo 2017/18, nomeadamente o regressado Marcano e ainda Alex Telles, Danilo, Sérgio Oliveira, Otávio, Corona, Marega, Soares e Aboubakar.

A maioria (18 jogadores) arrebatou o primeiro título, embora alguns já tivessem sido campeões em outros países, casos de Marchesín (México), Mbemba (Bélgica), Uribe (México e Colômbia), Luis Díaz (Colômbia) e Zé Luís (Rússia).

A época 2019/20 também ‘coroou’ pela primeira vez oito campeões da UEFA Youth League de 2018/19, nomeadamente Diogo Costa, Tomás Esteves, Diogo Leite, Romário Baró, Vítor Ferreira, João Mário, Fábio Vieira e Fábio Silva.

Manafá, Loum, o ‘desaparecido’ reforço de ‘luxo’ Nakajima, Bruno Costa, que se transferiu para o Portimonense em janeiro, e o terceiro guarda-redes, o senegalês Mbaye, são os outros novos campeões nacionais.