No final de 2023, o Comité de Seleção do MotoGP revogou a licença da CyptoDATA RNF para a temporada de 2024, devido a "repetidas infrações e quebras do acordo de participação, que afetam a imagem pública do MotoGP". Apesar de não terem sido reveladas quais as infrações em específico, os rumores no paddock do MotoGP colocam a equipa com várias dívidas financeiras, tendo também o antigo responsável da equipa, Razlan Razali, confirmado publicamente alguns pagamentos falhados.

Assim, a equipa dos Estados Unidos da América (EUA), a Trackhouse, assumiu toda a estrutura, incluindo os pilotos Miguel Oliveira e o espanhol Raúl Fernandez, que têm contrato diretamente com o fabricante italiano Aprilia.

Esta é a sexta temporada de Miguel Oliveira no MotoGP. O que se pode esperar do piloto português?

A época de 2023 foi das mais azaradas para Oliveira, que terminou na 16.ª posição do campeonato depois de falhar quatro das 20 rondas devido a três lesões. Para além disso, Oliveira somou ainda sete desistências em Grandes Prémios.

Em declarações à SPORTTV, mostrou-se positivo para o início da temporada, afirmando que os testes de pré-temporada indicaram que a moto nova já tem melhor rendimento e que com o avançar do ano pode tornar-se ainda mais competitiva.

“Depois de termos acabado o teste numa nota ligeiramente mais positiva, queremos continuar essa evolução no arranque da temporada, sobretudo neste fim-de-semana [Grande Prémio do Qatar]. A mota nova permite fazer muito mais coisas, permite andar bastante mais rápido. Do primeiro para o segundo dia [de testes de pré-temporada], melhorei 2.1 ou 2.2 segundos, indica-nos várias coisas".

"Tivemos os testes com a equipa oficial concentrada nos dois pilotos oficiais e não tivemos muita ajuda da parte da Aprilia nesse sentido, agora vamos ter mais pessoas para nos ajudar a afinar os últimos retoques da mota, é uma adaptação para todos. A mota permite muito mais, tem muito potencial e estou ansioso para começar e saber o que posso fazer”, explicou o piloto de Almada.

“Acredito que, com toda a parte americana, que também é um fator novo para nós, é uma situação muito vantajosa, seja para a Aprilia ou para o próprio MotoGP, mas também para os pilotos que dão a cara pela equipa, neste caso eu e o Raúl, poderá tornar-se numa situação vantajosa a nível de comunicação. Mas, o meu foco é apenas a performance em pista", concluiu em declarações ao canal desportivo.

Aos 29 anos, Miguel Oliveira procura uma temporada sem lesões de forma a explorar o potencial da Aprilia, que se tem mostrado na pré-temporada como a segunda marca mais forte, apenas atrás da dominadora Ducati.

Qual a história da Trackhouse Racing MotoGP, a nova equipa de Miguel Oliveira?

A Trackhouse foi formada há quatro anos. É uma equipa de desportos motorizados que tem estado em evidência no campeonato NASCAR, nos EUA. Em 2024, a operação do antigo piloto Justin Marks e do cantor internacional Pitbull torna-se global e estende a sua operação ao Campeonato do Mundo de MotoGP.

Para Marks, em declarações prestadas na apresentação da equipa, "este é um momento espetacular para a nossa equipa. Quando começamos a Trackhouse, tivemos sempre a intenção de ser mais do que uma equipa na NASCAR. Queríamos ser algo especial no desporto motorizado, relevante a nível global, sem barreiras geográficas. Estou muito excitado por trabalhar com a Dorna e com a Aprilia para o próximo ano".

Como se organizou a Trackhouse para a temporada de 2024? 

A marca italiana disponibiliza, este ano, um modelo atualizado da Aprilia RS-GP ao piloto português, enquanto o seu companheiro de equipa vai correr com a versão de 2023 da moto. Na parte desportiva, a contratação do italiano Davide Brivio para chefe de equipa eleva o patamar de ambição e de expetativas, pois trata-se de um profissional que já conquistou títulos com Valentino Rossi na Yamaha e com Joan Mir na Suzuki, antes de ter abraçado o projeto da Alpine na F1.

*Com Lusa.