“Em nenhum momento consenti o beijo”, disse a jogadora de futebol num comunicado conjunto assinado por mais de 80 jogadoras e divulgado pelo sindicato FutPro, segundo o El País.

“Não tolero que a minha palavra seja questionada, muito menos que se inventem palavras que eu não disse”, acrescentou.

As atletas anunciaram ainda que não vão regressar à convocação da seleção se a liderança da federação não mudar. Na tarde de hoje, inúmeros atletas e personalidades a mostrarem-se descontentes com o dirigente.

Por sua vez, o Conselho Superior do Desporto (CSD) decidiu apresentar queixa contra o que considera ser uma “ofensa gravíssima” de Rubiales e vai solicitar a sua suspensão.

"Estamos prontos para que este seja o Me Too do futebol espanhol", referiu Víctor Francos, presidente do CSD.

Na cerimónia após a conquista no domingo do primeiro título mundial feminino da Espanha, equipa que bateu na final em Sydney a campeã europeia Inglaterra (1-0), Rubiales abraçou a número 11 espanhola, agarrou-a no rosto e, ato contínuo, deu-lhe um beijo.

A FIFA anunciou na quinta-feira ter aberto um inquérito disciplinar a Luis Rubiales. "O Comité Disciplinar da FIFA informou hoje o Sr. Luis Rubiales, Presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), da abertura de um processo disciplinar contra ele com base nos eventos ocorridos durante a final da Taça do Mundo Feminina da FIFA", pode ler-se no comunicado.

Esta decisão surge depois de Jenni Hermoso, campeã mundial com a seleção espanhola, ter recorrido ao seu sindicato para pedir sanções para o presidente da Federação Real Espanhola de Futebol, face ao beijo na boca que recebeu após a conquista do torneio.

Já hoje, Luis Rubiales falou na assembleia geral extraordinária da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) em Madrid e disse que "não se ia demitir" após polémico beijo na final do Mundial de Futebol Feminino. "Foi um beijo espontâneo, mútuo e consentido", afirmou o presidente da RFEF.