O traçado da The Ocean Race, novo nome de batismo da mais antiga regata à volta do mundo, ex-Whitbread Round the World Race (1973-1998) e nos últimos anos conhecida como Volvo Ocean Race (2001-2018), foi oficialmente apresentado.

Tem início marcado para outubro de 2021, em Alicante, Espanha, porto que tem sido palco da largada desta viagem de circum-navegação desde 2008. Percorrerá, ao longo de 18 meses, 10 cidades, de 10 países, entre os quais duas estreias na rota: Cabo Verde (Mindelo, ilha de São Vicente), e Génova (Itália), onde terminará, no verão de 2022.

Lisboa, que foi cidade de paragem nas três últimas edições e onde funcionou o boatyard (ou estaleiro, em Pedrouços) na última edição, não entrará no mapa desta competição.

Haverá, no entanto, presença portuguesa. A Fundação Mirpuri, através da Mirpuri Foundation Racing Team, repetirá a presença na mítica prova, depois de, em 2017-2018, ter sido o principal parceiro de sustentabilidade e membro fundador da equipa “Turn the Tide on Plastic”. O velejador francês Yoann Richomme será o ‘skipper’ do único barco português. E pela primeira vez, a The Ocean Race está aberta à classe IMOCA 60, além dos barcos VO65.

“Esta rota é mais compacta, com 38 mil milhas náuticas e com duas escalas a menos, em comparação com a última edição, mas inclui duas pernas significativas no Oceano Antártico”, sublinhou Richard Brisius, CEO da prova oceânica.

A Rota da The Ocean Race 2021-22

Alicante, Espanha – início
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Cabo Verde

Cidade do Cabo, África do Sul
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Shenzhen, China

Auckland, Nova Zelândia

Itajaí, Brasil

Newport, RI, EUA

Aarhus, Dinamarca

Haia, Holanda
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Génova, Itália – Grande Final

(*nova cidade anfitriã)

“A [nova] rota mantém os mares do sul no coração da corrida”, irá respeitar “a nossa herança como um evento que atravessa os oceanos do mundo” e mergulhar “no Oceano Antártico na aproximação ao icónico Cabo Horn”, no ponto mais meridional da América do Sul, acrescentou.

Entre “sete escalas” que se repetem e três novas cidades-sede, há um bom equilíbrio entre estabilidade e exploração”, passando, “pela primeira vez” pelo Mar de Java, perto da Indonésia, prosseguiu Brisius.

Na edição de 2021-22, todas as equipas, em ambas as classes, deverão ter mulheres a bordo. A holandesa Carolijn Brouwer tornou-se uma das primeiras mulheres a vencer a Ocean Race, integrada na tripulação da Dongfeng Race Team, equipa sino-francesa que triunfou na última regata à volta do mundo.

À imagem do que sucedeu em 2017-2018, a sustentabilidade será uma das bandeiras e terá o apoio do Premier Partner 11th Hour Racing e do parceiro Bluewater. As The Ocean Race Summits viajam com as tripulações pelo mundo e as equipas vão ser obrigadas a usar fontes renováveis para gerar uma proporção da energia usada a bordo nos veleiros IMOCA e VO65.

Distante ainda no tempo, a atual pandemia de coronavírus e as incertezas do Covid-19 estão, no entanto, presentes na mente dos organizadores.