“A Volta a Portugal é sempre exigente. O nosso grande objetivo, a nossa responsabilidade, é manter intactas as premissas que fizeram da volta a Portugal o evento mais popular deste país”, afiançou Joaquim Gomes, à margem da apresentação do percurso da 79.ª edição, que aconteceu hoje, no Teatro Thalia, em Lisboa.
O diretor da prova rainha do calendário nacional velocipédico acredita que a edição que assinala os 90 anos do nascimento da Volta a Portugal vai exigir atenções redobradas, antevendo mesmo que possa ocorrer uma nova surpresa, como sucedeu no ano passado com Rui Vinhas (W52-FC Porto).
“Isso pode acontecer sempre. A história da Volta apresentou-nos vencedores que, teoricamente, na opinião dos maiores especialistas, não estavam indicados como favoritos. Isso aconteceu no ano passado. Mas atenção que este formato, com que obtivemos o vencedor de 2016, acabou por nos apresentar um corredor que se superou e que efetivamente faz parte da elite do pelotão da Volta para 2017”, destacou.
Já o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) lembrou que a Volta a Portugal ensinou os portugueses a gostarem de desporto e do nosso território e que teve a capacidade de levar milhões de pessoas à estrada.
“Chegámos a 2017, passaram 90 anos desde a primeira edição. Temos imensos desafios pela frente, temos de reinventar permanentemente o ciclismo. O ciclismo tem características únicas, das quais destacaria o compromisso com o território. Não podemos ir a todos os lados, todos os anos, mas vamos procurar percorrer todo o território. Temos de procurar defender isso no futuro”, argumentou Delmino Pereira.
Apesar do propósito de diversidade futura, há uma cidade, que, nas palavras do seu vereador do Desporto da Câmara Municipal de Lisboa, não pode faltar.
“É, talvez, a prova que mais fez pela divulgação de Portugal. A volta a Portugal leva Portugal aos portugueses. É um legado que não deverá ser esquecido. É por isso que Lisboa deve estar sempre na Volta a Portugal”, defendeu Jorge Máximo.
O vereador do Desporto admitiu que a autarquia tem tentado trazer originalidade a cada edição.
“Depois de três anos consecutivos a fecharmos a volta a Portugal, é a vez de darmos as boas vindas. No ano passado, tivemos o grato prazer de receber um português como vencedor da Volta, algo que já não acontecia há muito tempo. Foram três anos de grande intensidade para trazermos a Volta a Lisboa como um ponto fundamental da nossa agenda desportiva anual”, sublinhou.
Curiosamente, ao contrário do que tem acontecido nos últimos anos, o vencedor em título, o português Rui Vinhas (W52-FC Porto), não marcou presença na apresentação da 79.ª edição. Do pelotão atual, apenas Sérgio Paulinho (Efapel) esteve na cerimónia, com o experiente corredor nacional a dizer que o percurso é semelhante ao dos últimos anos.
“Acaba por ser uma Volta muito dura, que não tem etapas fáceis. Digamos que a mais fácil é a primeira. A partir daí, acabam por ser etapas com dificuldades, sejam as temperaturas elevadas ou o percurso em si. Vai ser uma Volta muito exigente”, avaliou.
Sérgio Paulinho assumiu ainda que a ausência da Torre, que tem “sempre um significado especial na Volta a Portugal”, vai ser notada.
“Toda a gente gostaria de ter uma etapa a terminar no alto da Torre. Este ano, não é possível. Esperemos que num futuro próximo seja”, concluiu.
A 79.ª Volta a Portugal vai para a estrada entre 04 e 15 de agosto, num percurso de 1.626,7 quilómetros, entre Lisboa e Viseu.
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