De acordo com informação do Governo, com data de maio e consultada pela Lusa, a barragem em causa, construída no período colonial, ainda assume um “importante papel” na irrigação de campos agrícolas na região, além da prevista geração de 40,8 MegaWatts (MW) de eletricidade.

A primeira fase da modernização foi concluída em 2015, por empresas canadianas, e, no ano seguinte, o grupo espanhol Elecnor foi escolhido pelo Governo para assegurar a fase seguinte da reabilitação, ao nível dos equipamentos eletromecânicos e da subestação elétrica, trabalhos avaliados em 106,9 milhões de euros.

Contudo, segundo a informação mais recente do Governo angolano, a empreitada “continua por financiar”, apesar de manter-se a Elecnor como a empresa selecionada para obra.

Entretanto, o ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, divulgou esta semana um acordo para uma linha de financiamento à empreitada com origem em Espanha.

Esta segunda etapa passa ainda pela construção da subestação que vai permitir ligar a produção de eletricidade daquela barragem às redes das cidades do Lubango, capital da província da Huíla, e de Moçâmedes, capital da província do Namibe.

No documento assinado pelo então Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que a 25 de maio de 2016 autorizou a contratação da Elecnor pela Empresa Nacional de Produção de Eletricidade, é explicado que a obra, justificada pelas projeções de crescimento da procura de energia elétrica a médio e longo prazo, vai “proporcionar, entre outros benefícios, uma contribuição significativa para o desenvolvimento económico e social do país”.

O plano do governo para o setor elétrico, a desenvolver entre 2018 e 2022, prevê, entre outros investimentos, intervenções em quatro pequenas barragens com capacidade entre 0,9 e 14,4 MW de energia e que foram danificadas durante a guerra civil angolana (1975-2002), bem como a construção de várias mini-hídricas.

A Central Hidroelétrica da Matala está a produzir apenas 20 MW de energia, através de três grupos geradores, distribuída pelo município da Matala e pelas cidades do Lubango e do Namibe.

Situada a cerca de 225 quilómetros a jusante da barragem do Gove, na extremidade do Alto Cunene, aquele aproveitamento foi a primeira grande estrutura a ser concluída naquela bacia, há 60 anos.