Segundo o ministério de Mário Centeno, “neste momento, trata-se apenas de um procedimento administrativo que as autoridades de supervisão farão de forma expedita”, sendo “os processos despachados à medida que se concluem os diferentes passos”.
A CGD está numa fase de alteração de gestão, depois de em 31 de dezembro ter terminado o curto mandato de António Domingues à frente do banco público, que foi marcado por polémicas com o Governo, sobretudo porque o gestor e a sua equipa se recusaram a entregar as declarações de rendimento e património junto do Tribunal Constitucional, argumentando que o executivo tinha aceitado que não cumprissem o estatuto do gestor público.
Domingues apresentou a renúncia no final de novembro e a nova equipa de gestão proposta pelo Governo, cuja nomeação formal apenas aguarda a 'luz verde' do BCE, terá Rui Vilar como presidente não executivo ('chairman') e Paulo Macedo como presidente executivo (CEO).
O Jornal de Negócios escreve na sua edição de hoje que, “dos oito candidatos à gestão da Caixa que o Governo submeteu à aprovação do Banco Central Europeu (BCE), seis já receberam luz verde do supervisor” e que “os restantes poderão ter aprovação nos próximos dias”.
Segundo o diário, “os oito nomes que a tutela enviou para Frankfurt incluem sete administradores executivos – Paulo Macedo, José João Guilherme, Maria João Carioca, José Brito, Francisco Cary, Nuno Martins e João Tudela Martins – e um não executivo, Rui Vilar, que assumirá as funções de ‘chairman’”.
Também o jornal Público noticia hoje que o BCE já aprovou a "maioria dos membros da nova gestão" da Caixa, acrescentando, contudo, que o banco central "não prescindiu de reuniões para acertar matérias de estratégia futura e de governação do maior banco português".
"Após semanas de discussão para avaliar a adequação individual e colectiva de todos os nomes propostos para a comissão executiva da CGD, o conselho permanente do BCE (em que se inclui Vítor Constâncio) já confirmou a idoneidade de seis dos oito nomes submetidos pelo Banco de Portugal. Destes, apenas um é não executivo, estando em fase de conclusão final a análise de dois gestores", escreve o Público.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, está hoje na Comissão de Orçamento e Finanças a responder às questões dos deputados sobre a situação da CGD, entidade que tem estado sob os holofotes mediáticos nos últimos meses, após António Domingues, que teve um papel decisivo na elaboração do Plano Estratégico e da recapitalização do banco estatal, ter renunciado em novembro à liderança do banco, apenas quatro meses depois de ter assumido oficialmente o cargo.
Durante os meses em que esteve no comando do banco público, Domingues teve que lidar com várias polémicas, desde logo as acusações de que teria tido acesso a informações privilegiadas da CGD quando ainda era administrador do rival privado banco BPI.
Seguiu-se a questão relativa à entrega das declarações de rendimentos que envolveu a administração liderada por António Domingues que fez correr muita tinta em torno da equipa de gestão do banco, com vários administradores a renunciarem aos cargos e com o Governo a convidar Paulo Macedo, antigo ministro da Saúde do Governo Passos Coelho, para assumir a presidência da CGD.
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