Segundo dados da REN — Redes Energéticas Nacionais, divulgados em comunicado, “o consumo de energia elétrica a partir da rede pública totalizou, em 2022, 50,4 TWh, um aumento de 1,8% face a 2021, ou 2,4% com a devida correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis, regressando assim aos valores registados em 2019”, antes da pandemia de covid-19.
No entanto, em dezembro, o consumo de eletricidade caiu 1,7%, corrigindo para 0,5%, considerando os efeitos da temperatura e dias úteis, “devido às temperaturas acima dos valores médios que se fizeram sentir”, apontou a entidade.
No balanço do ano, o índice de produtibilidade hidroelétrica registou 0,63, o de produtibilidade eólica 0,99 e o de produtibilidade solar 1,06 (médias históricas de 1).
Em 2022, a produção renovável abasteceu 49% do consumo, com a eólica a representar 25%, a hidroelétrica 12%, a biomassa 7% e a fotovoltaica 5%.
“Com exceção dos últimos dois meses do ano, as afluências muito reduzidas levaram a uma descida da produção anual hidroelétrica em 35%”, referiu a REN.
Pelo contrário, a produção fotovoltaica cresceu 48%, no ano passado, devido ao aumento progressivo da capacidade instalada.
Já a produção não renovável foi responsável por 33% do consumo, enquanto o saldo importador abasteceu 18%, tratando-se da percentagem mais elevada desde 2008.
Numa análise ao mês de dezembro, verificou-se que a “forte precipitação que se fez sentir fez aumentar o índice de produção hidroelétrica para 1,67, enquanto a produção eólica atingiu os 1,11 e a solar se ficou pelos 0,78 (médias históricas de 1)”.
Ainda no último mês do ano, a produção renovável abasteceu 81% do consumo (incluindo a exportação) e a não renovável os restantes 19%, sendo que o saldo mensal foi, pela primeira vez naquele ano, exportador, equivalendo a 12% do consumo nacional.
No mercado de gás natural, em 2022, o consumo registou 61,8 TWh, uma variação negativa de 3,2% face a 2021, “resultado de uma contração de 19% no segmento convencional que foi parcialmente compensada por um crescimento de 26% no segmento de produção de energia elétrica”.
O consumo global de gás natural registado em 2022 foi o mais baixo desde 2016, apesar do segmento de mercado elétrico ter registado o valor mais elevado de sempre.
O abastecimento do sistema nacional em 2022 foi feito sobretudo a partir do terminal de Sines (94%) e o restante (6%) a partir da interligação com o sistema espanhol.
No último mês do ano, o consumo de gás manteve a tendência negativa que se registou nos últimos meses, com uma quebra homóloga global de 17%, e com os segmentos convencional e mercado elétrico a registarem quedas de 14% e 22%, respetivamente.
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