“Ficámos hoje a saber que vão ser compensados todos aqueles que ficaram impedidos de trabalhar durante a cerca sanitária nas duas freguesias”, disse o presidente da Câmara de Odemira (Beja), José Alberto Rodrigues.
Em conferência de imprensa nos Paços do Concelho, o autarca indicou que os apoios financeiros vão ser disponibilizados pela Segurança Social, “através de um formulário próprio que deverá ser conhecido ainda hoje”.
“Quem ficou impedido de trabalhar será ressarcido financeiramente pelo Estado, através da Segurança Social, abrangendo todos os trabalhadores e empresas”, disse o autarca, alegando desconhecer “a forma como é que o dinheiro vai chegar aos beneficiários”.
Questionado pelos jornalistas sobre se os apoios abrangiam todas as empresas, José Alberto Guerreiro adiantou que, segundo o que percebeu da informação que lhe chegou, “serão todas as empresas dos vários setores de atividade económica”.
“Há empresas de todos os setores cujos trabalhadores ficaram impedidos de se deslocarem para o interior da cerca para exercerem a sua atividade profissional e, certamente, os apoios destinam-se a esses trabalhadores e empresas”, frisou.
Segundo José Alberto Guerreiro, os trabalhadores que se encontravam em teletrabalho, “não estão abrangidos” pelos apoios financeiros.
A atribuição de uma compensação às empresas e aos trabalhadores das freguesias que estiveram sob cerca sanitária durante 11 dias devido à pandemia de covid-19 já tinha sido defendida esta manhã pelo autarca alentejano, em declarações à agência Lusa.
Na altura, José Alberto Guerreiro alertou para os prejuízos causados às empresas e trabalhadores destas duas freguesias, que estiveram impedidos de laborar durante o período da cerca sanitária.
A cerca sanitária em Longueira-Almograve e São Teotónio foi decretada pelo Governo, em Conselho de Ministros, no dia 29 de abril e entrou em vigor no dia seguinte, devido à elevada incidência de casos de covid-19, sobretudo em trabalhadores do setor agrícola, muitos deles imigrantes.
Esta terça-feira, em Odemira, o primeiro-ministro comunicou o levantamento da cerca sanitária, a partir das 00:00 de hoje.
O Governo recebeu, na terça-feira de manhã, uma comunicação do coordenador de saúde pública do Litoral Alentejano a dar conta de que “a maior parte” dos casos atuais de covid-19 nessa zona corresponde “a cadeias de transmissão já identificadas”, que não há transmissão comunitária e a propor o fim da cerca.
António Costa frisou que, nos cerca de 15 dias em que vigorou a cerca sanitária, este território registou uma “diminuição muito significativa do ritmo de transmissão”, mas alertou que a decisão do Governo “não significa que o problema tenha desaparecido”.
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