O Conselho de Finanças Públicas (CFP) estima que a economia portuguesa cresça 1% este ano e 1,3% no próximo, abaixo do previsto pelo Governo, considerando que é "bastante visível" que a estratégia do executivo "não funcionou".
Na apresentação do relatório 'Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2016-2020' divulgada hoje, o CFP, partindo de um cenário de políticas invariantes, ou seja, em que se mantêm todas as medidas legisladas até ao momento, estima que o Produto Interno Bruto (PIB) avance 1% este ano e 1,3% no próximo.
No Programa de Estabilidade 2016-2020, apresentado em abril, o Governo estimava um crescimento económico de 1,8% este ano e de 1,8% em 2017.
"O Governo está a analisar a meta do crescimento, vai ser apresentada com o orçamento uma estimativa do crescimento para este ano. Várias instituições internacionais reviram o crescimento, algumas são mais positivas, por isso temos que ver", disse o ministro na inauguração de um investimento na fábrica da Fisipe, no Barreiro.
Manuel Caldeira Cabral considerou que se está a registar uma "aceleração no crescimento", referindo que os dados do terceiro trimestre desde ano são "muito positivos".
"Temos um primeiro trimestre mais fraco, um ano anterior em que existia uma desaceleração do crescimento, mas no segundo trimestre já se registou uma aceleração do crescimento em cadeia e temos dados do terceiro trimestre muito positivos, apesar de não existirem dados definitivos", defendeu.
O ministro da Economia salientou que existem sinais que a economia portuguesa está a ter "alguma aceleração e retoma".
"O investimento empresarial foi positivo no primeiro trimestre, o investimento público é que caiu, as empresas continuam a investir. Existe uma pausa entre os quadros comunitários que significou uma pausa no investimento público, mas haverá uma remota para o ano, o que, associado ao aumento do investimento empresarial, fará com que o investimento cresça", defendeu.
"Olhamos para os dados do investimento e para as estimativas, mas um dado oficial do Governo deverá surgir em breve com o orçamento, que terá uma estimativa quer para este ano e quer para o próximo para o ano", acrescentou.
O ministro da economia esteve hoje na empresa Fisipe, no Barreiro, onde elogiou o investimento de cerca de 30 milhões de euros do grupo alemão SGL para a produção de precursor de fibra de carbono.
"Estamos a inaugurar um investimento de 30 milhões de euros de uma multinacional alemã que está no Barreiro a criar emprego e mais capacidade de produção e exportação. A empresa tem 40 fábricas em todo o mundo e escolheu Portugal e a Fisipe para investir em produtos inovadores de carbono, mais leves, que vão ser utilizados em várias indústrias, como a automóvel", disse o ministro.
Manuel Caldeira Cabral referiu que os materiais que vão ser produzidos naquela unidade são quase 100% recicláveis.
"São materiais que se integram na ideia de economia circular, porque são quase 100% recicláveis. É um investimento de grande montante e mostra bem a aposta que existe de multinacionais na economia portuguesa e a confiança que têm no nosso país", concluiu.
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