“Estão assegurados os salários de maio e espera-se, nas próximas semanas, ter a segurança necessária para garantir os de junho”, lê-se num comunicado enviado por Alfredo Casimiro, no final de uma reunião do Conselho de Administração, onde foi decidido avançar com a anulação do contrato alcançado em março com a TAP, que permitiu encaixar cerca de sete milhões de euros com a venda de ativos da empresa e pagar os salários de fevereiro e março aos 2.400 trabalhadores, que estavam em atraso, e assegurar os de abril.
“Tudo isto só tem sido possível com grande empenho dos acionistas e dos seus representantes”, acrescentou Alfredo Casimiro.
O acionista maioritário da empresa de ‘handling’ (assistência em aeroportos) deixou ainda uma palavra de agradecimento a todos os envolvidos, com destaque para “alguns sindicatos” e a Comissão de Trabalhadores, que “de forma construtiva, têm dado um apoio inestimável” para ultrapassar o “desafiante momento” que a empresa vive.
O Conselho de Administração da Groundforce esteve hoje reunido para votar a anulação do contrato com a TAP, que permitiu encaixar cerca de sete milhões de euros com a venda de ativos da empresa.
“Terminou há instantes a reunião do Conselho de Administração da Groundforce na qual, perante a opinião do Conselho Fiscal, dos auditores da Deloitte e de alguns juristas, se concluiu serem nulos os contratos de ‘sale & leaseback’ e arrendamento, celebrados em 19 de março de 2021 entre a Groundforce e a TAP”, lê-se num comunicado enviado pelo presidente do Conselho de Administração (PCA) da Groundforce e presidente executivo (CEO), Alfredo Casimiro.
De acordo com o PCA, aqueles contratos “eram desequilibrados e punham em causa a sobrevivência da Groundforce e o emprego dos seus 2.400 trabalhadores” e, por esse motivo, “foram anulados”, sem especificar o sentido de voto dos vários elementos da administração, onde a TAP está representada.
O CA decidiu ainda “iniciar negociações com a TAP até um período máximo de seis meses”, para encontrar uma solução que permita “refazer os contratos de forma justa e equilibrada para ambas as partes, permitindo a continuidade e o futuro da Groundforce”.
O CA da Groundforce é composto por três administradores nomeados pela Pasogal, de Alfredo Casimiro, e dois pela TAP (acionista minoritário).
O acordo celebrado em 19 de março com a TAP prevê também que a Groundforce pague 461.762 euros mensais à TAP pelo aluguer dos equipamentos que necessita para a operação e que a companhia lhe comprou, foi alcançado com os votos favoráveis dos dois administradores da Groundforce nomeados pela TAP, a que se juntou o presidente executivo da empresa de ‘handling’, Paulo Neto Leite, que entretanto, em 05 de abril, foi destituído do cargo de CEO e substituído no cargo por Alfredo Casimiro, mas que se manteve como administrador não executivo.
Por seu lado, o presidente da Pasogal, Alfredo Casimiro, absteve-se e o outro administrador nomeado pela Pasogal, Gonçalo Carvalho, votou contra o acordo para desbloquear provisoriamente o impasse na empresa.
A Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e em 49,9% pelo grupo TAP, que, em 2020, passou a ser detido em 72,5% pelo Estado português e que é acionista minoritário e principal cliente da empresa que presta assistência nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.
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