Vieira da Silva fez um discurso inflamado, afirmando que a oposição estava em negação e citou o debate da moção de rejeição, que ditou a queda do Governo PSD/CDS, em 2015, até à eventualidade de sanções de Bruxelas, que, disse, o executivo PS evitou.

“[O Governo de António Costa] fez em Bruxelas o trabalho que vocês não fizeram”, disse.

Da bancada do PSD ouviram-se muitos e muitos protestos, com dois deputados, Carlos Abreu Amorim e Pedro Alves, a repetirem “Tenha vergonha, tenha vergonha”.

No final do discurso, Duarte Marques, também do PSD, pediu a palavra para perguntar se Vieira da Silva “era o mesmo ministro que estava no Governo em 2010”, mas já não conseguiu dizer mais nada, “imerso” por uma enorme vozearia da parte da bancada do PS.

E o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, não deixou que continuasse dizendo que “todos têm de ouvir o que gostam e o que não gostam", dando o seu exemplo quando estava na oposição.

O CDS optou por fazer uma declaração, após o debate, nos Passos Perdidos, aos jornalistas, voltando a criticar o facto de o primeiro-ministro não ter falado durante os dois dias de debate orçamental.

Além de nada esclarecer” e de ter tido uma “atitude de arrogância” durante a discussão, afirmou a deputada e vice-presidente Cecília Meireles, escolheu para encerrar o debate, “em tom bastante comicieiro, um ministro [Vieira da Silva] da governação Sócrates”, que “conduziu o país à bancarrota” em 2010.

“É absolutamente lamentável e revela falta de memória”, disse.

O Orçamento do Estado de 2019 foi aprovado hoje, na generalidade, com os votos do PS, PCP, BE PEV e PAN e os votos contra do PSD e do CDS-PP.