Durante uma visita à feira anual de solidariedade da associação Novo Futuro, no Centro de Congressos de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a desvalorizar os avisos da Comissão Europeia sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2018.
Questionado se pensa que esses avisos não se vão concretizar, respondeu: "Ai, aquilo? Não, isso não se concretiza. Não, a Comissão Europeia tem de dizer aquilo que diz. Tem de dizer a Portugal, tem de dizer à França, à Itália, à Bélgica, tem de dizer a vários países - vejam só, para se ter noção de como são países muito importantes".
No seu entender, "como disse o comissário Moscovici, Portugal está no bom caminho".
"Estamos a trabalhar para diminuir o défice: está apontado diminuir de 1,4% para 1,1%. Estamos no bom caminho em termos de redução dos juros da dívida pública, estamos no bom caminho em termos de redução da dívida pública", considerou.
O chefe de Estado alertou, contudo, que o crescimento económico e a criação de emprego dependem em parte do contexto europeu e da conjuntura mundial, e que neste momento "há tanta coisa indefinida na Europa".
"O governo alemão está por formar, o governo austríaco está por formar. Pode haver eleições na Alemanha, e enquanto não houver eleições na Alemanha a União Europeia não vai tomar decisões que são importantes. Portanto, isso pode ser adiado para a primavera do ano que vem", referiu.
O Presidente da República mencionou também que "daqui por um ano estão a começar as eleições europeias, daqui por um ano é escolhido o candidato a presidente da Comissão pelos grandes partidos europeus".
Interrogado sobre que presentes de Natal gostaria de oferecer a Portugal, se pudesse, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Dava crescimento económico, emprego, não haver tragédias como estas, não haver seca, continuarmos com as finanças equilibradas, ser possível, portanto, aos poucos, aos poucos, ir construir mais justiça social, se conseguíssemos tudo ao mesmo tempo".
"Que o sistema de saúde e o sistema de educação conseguissem chegar para todas as solicitações, se for possível esticar a manta para um lado e para o outro de forma a tudo ser viável. Agora, depende um bocadinho do que se passar lá fora", completou, deixando um apelo: "Vamos lá ver se aquilo que depende de nós continuamos a fazer, e fazemos melhor. Aquilo que depende da Europa não depende de nós".
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