Seis, sete, cinco

Pedro Soares Botelho
Pedro Soares Botelho

No ano passado, morreram 675 pessoas nas estradas portuguesas. É o número mais alto desde 2012. Este ano, entre 1 de janeiro e 31 de maio, 192 pessoas morreram em acidentes ou a caminho do hospital — mais 10 do que no período homólogo.

O presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP) disse hoje que o Estado desinvestiu na prevenção rodoviária, considerando que existe atualmente mais preocupação com os fogos do que com os mortos nas estradas.

O presidente do ACP considera que o Estado não está a investir nesta área, usando o dinheiro do fundo de garantia automóvel, proveniente do seguro automóvel, para outros fins.

Em 2010, morreram nas estradas portuguesas 937 pessoas. Se olharmos para os números de agora, é uma evolução positiva — mas não deixa de ser alarmante.

Faz amanhã dez anos que o Metropolitano de Lisboa começou a ser atravessado por uma nova linha: a Vermelha, que liga a estação de Alameda à de S. Sebastião, cruzando as outras cores pelo caminho.

Na última década, 117 milhões de passageiros passaram nesse troço — 4,9 milhões de utilizadores só no primeiro semestre de 2019. Quantos carros seriam?

Deixar os carros longe do centro de Lisboa é normalmente uma boa ideia. Por estes dias, longe do Porto também: ainda há oito semáforos com falhas de energia devido à trovoada de domingo (a câmara municipal do Porto prevê que a situação fique resolvida "até ao final do dia" de hoje, salvaguardando a hipótese de "qualquer situação ser imponderável”).

Ainda aqui no Porto, há novidades na STCP: a empresa é agora intermunicipal, estando o respetivo capital social distribuído por seis autarquias do Porto. Isto traduz-se num investimento no total — até 2023 — de 58,3 milhões de euros, pagos pelos seis municípios. O Porto será quem mais dinheiro investe (31,3 milhões), estando Valongo no fundo da tabela (3,1 milhões).

Podem ser os autocarros, assim (e cada vez mais), também uma boa alternativa.

“Ah, mas já viste em Setúbal, um autocarro desgovernado”, alegará o leitor de bom senso que esteve hoje atento ao noticiário. É verdade. Mas, explica a empresa, “o veículo ficou imobilizado, vazio, desligado e com as portas fechadas na paragem localizada junto à farmácia do Viso, estando identificado no exterior como avariado”.

Apesar de a avenida São Francisco Xavier, onde tudo aconteceu, ser bastante íngreme, e de o autocarro ter percorrido centenas de metros desgovernado, sem condutor e sem passageiros, o acidente provocou apenas danos materiais — sem registar vítimas.

E com os novos tarifários, os transportes públicos passam a ser cada vez mais a opção racional para chegar às principais cidades do país. Foi provavelmente isso que acharam as 4,4 milhões de pessoas que no primeiro semestre deste ano decidiram apanhar o comboio: a CP transportou mais de 66 milhões de passageiros, correspondendo a um crescimento de 4,4 milhões de passageiros (7,1%), relativamente ao mesmo período do ano anterior.

Há problemas? Há (e não apenas nos serviços suburbanos). Mas talvez seja interessante olhar para estas alternativas ao transporte privado, como parte de uma estratégia que permita reduzir a sinistralidade nas estradas.

Com o final de agosto a chegar, resta-me desejar um bom regresso ao trabalho (se é que teve direito a férias). E, sobretudo, desejar que tudo corra bem na estrada — porque 675 pessoas mortas na estrada são mesmo muitas pessoas.

Boas viagens, eu sou o Pedro Soares Botelho e hoje o dia foi assim.

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