Como vencer "uma batalha que ainda vai ser longa": vacinas, testes e medidas de contenção

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

Os avisos têm vindo a ser feitos ao longo das semanas e o Conselho de Ministros da passada quinta-feira veio mostrar que a situação pandémica em Portugal não está propriamente a dar tréguas, especialmente na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Hoje, a ministra da Saúde, Marta Temido, veio dizer que o agravamento da situação pode levar a novas medidas de contenção da pandemia e a um eventual travão no processo de desconfinamento. Uma notícia que não se queria, ainda para mais no dia em que começa oficialmente o verão, que traz consigo as férias dos portugueses.

"Sempre dissemos que as linhas dos nossos mapas de referência são indicadores que nos levam a travar ou acelerar e a tomar medidas em função daquilo que é a situação. Sabemos que estamos com um risco efetivo de transmissão elevado (1,19) e com um número de novos casos por dia que é também elevado", afirmou.

No meio de tudo, as preocupações centram-se num aspecto: a prevalência da variante Delta, inicialmente detetada na Índia, que é já dominante na Área Metropolitana de Lisboa e que deverá estender-se brevemente ao resto do território nacional. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta variante chegou já a 92 países — mas as vacinas continuam eficazes contra esta estirpe, ao prevenirem doença grave e morte.

Assim, o que fazer para ultrapassar a situação? A resposta, segundo Marta Temido, está em três pontos:

  • Continuar a acelerar a vacinação — para "ganhar tempo" contra as variantes e garantir que no mês de julho sejam administradas mais de 130 mil vacinas por dia (se tiver mais de 37 anos já pode agendar a partir de hoje);
  • Garantir o acesso a testes e que esse acesso seja efetivamente utilizado pelas pessoas para saberem qual a sua situação e atuar em conformidade (Lisboa, por exemplo, passa a disponibilizar testes ilimitados nas farmácias, mesmo para não residentes da cidade);
  • Utilizar algumas medidas de contenção do risco de transmissão (como aconteceu na AML no passado fim de semana).

Por isso, pode haver esperança em dias melhores. Mas não sem manter os pés bem assentes na realidade: o caminho está a ser feito, mas os cuidados não podem abrandar.

"É importante referir que temos hoje vacinas, uma capacidade de testagem e conhecimento sobre a forma de transmissão de que não dispúnhamos há um ano. Contudo, as medidas não farmacológicas nesta fase de transição podem ainda ser necessárias", indicou Marta Temido. Por isso, é necessária a "paciência" dos portugueses para "uma batalha que ainda vai ser longa".

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