O que defende cada partido para mitigar o aumento do preço dos combustíveis
O preço dos combustíveis continua na ordem do dia. Por isso, esta terça-feira, no plenário da reunião da Comissão Permanente da Assembleia da República, num debate preparatório do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira — que terá na agenda as consequências económicas da invasão da Ucrânia —, os custos da energia foi um dos pontos principais da discussão, com os partidos e o Governo a apresentarem diferentes soluções para o problema.
Quem disse o quê?
António Costa. O primeiro-ministro considerou que uma redução do IVA sobre os combustíveis é a “chave” para controlar a atual escalada de preços, mas acentuou que essa medida será temporária, vigorando apenas na atual conjuntura de crise.
“O IVA é o imposto em que a receita varia em função do aumento do preço. O ISP (Imposto sobre Produtos Petrolíferos) tem valor fixo. Por isso, para a receita do ISP, é absolutamente indiferente se o preço sobe ou não. Até diria mais: se o preço subir tanto que as pessoas consumam menos, a receita do ISP, em vez de aumentar, diminui. Portanto, o ISP não é a chave para solução”, argumentou perante os pedidos para baixar este imposto.
Em contraponto, de acordo com o líder do executivo, “a chave para a solução está mesmo na taxa do IVA”.
No entanto, o primeiro-ministro deixou logo a seguir uma advertência, procurando deixar bem assente que o seu Governo optará por uma descida do IVA sobre os combustíveis com vigência transitória e não de médio prazo.
“Neste momento, transitoriamente, enquanto se verificar a atual situação anómala nos mercados, justifica-se uma descida da taxa do IVA sobre os combustíveis. Quero repetir o temporário, porque não deve haver nenhuma dúvida de que não há margem para invertermos a política energética”, acentuou.
Para António Costa, a solução estrutural passa “por acelerar o investimento nas energias renováveis, porque são elas que libertam da dependência externa e do caráter volátil dos preços nos mercados internacionais do gás e dos combustíveis fósseis”.
“Não vamos mudar estruturalmente uma política. Vamos alterá-la conjunturalmente para responder a um problema”, acrescentou.
PSD. Rui Rio pediu a António Costa que o Governo “renuncie aos ganhos fiscais extraordinários que a subida do petróleo lhe está a trazer” e desça os impostos sobre os combustíveis.
“O Orçamento do Estado em vigor foi elaborado em fins de 2020, com o preço do crude em cerca de metade dos valores da sua atual cotação. É, pois, de elementar justiça que a carga fiscal baixe para o nível de receita inicialmente previsto”, defendeu, manifestando a concordância do partido no reforço para a Defesa e de autossuficiência europeia em matéria alimentar.
PS. A deputada Constança Urbano de Sousa avisou que tanto a pandemia como a guerra da Ucrânia demonstraram como a Europa não se pode “deixar capturar pelas mais variadas dependências no processo de globalização”, questionando de que forma se vão garantir preços de energia comportáveis sem hipotecar o combate às alterações climáticas.
BE. A coordenadora do partido, Catarina Martins, considerou que o Governo português “tem sido muito conservador na resposta” ao aumento do preço da energia, defendendo que tem de se agir quer do ponto de vista fiscal, quer no controlo de preços, saudando que o primeiro-ministro tenha anunciado um entendimento para um teto máximo para os preços do gás.
A deputada bloquista salientou que, em Itália, “há sobrelucros que estão a ser taxados com uma sobretaxa” para ajudar na redução tarifária dos mais vulneráveis, defendendo a descida do IVA para a taxa mínima, bem como o fim do adicional do ISP.
PCP. A deputada Paula Santos apelou a que se inicie “um processo de recuperação do controlo público” do setor energético e lamentou que, no passado, tenham sido chumbadas propostas do partido como a baixa da taxa do IVA na eletricidade, do gás e do nos combustíveis, bem como para a fixação de preços máximos nestas áreas.
A deputada comunista defendeu que o agravamento do preço da energia vai acentuar-se “sobretudo por causa do efeito das sanções”, considerando que “a guerra e as sanções penalizam os mesmos de sempre, os trabalhadores e os povos, enquanto os grupos económicos continuam a amealhar fabulosos lucros”.
Paula Santos contestou que a União Europeia se prepare para aumentar as despesas militares e “até se fale em isenções de IVA na compra de armamento e de outro material e equipamento militar, quando são aplicadas taxas máximas de IVA em bens de primeira necessidade, como a eletricidade ou o gás de botija”.
PEV. Na mesma linha, os Verdes defenderam que “a resposta não pode ser militar”, mas sim pacífica e diplomática, e reafirmaram ser contra o uso da energia nuclear.
“Sem se regular os preços, as grandes empresas do setor vão continuar a sugar qualquer alívio que pudesse existir”, alertou a deputada Mariana Silva.
PAN. Inês Sousa Real defendeu que poderiam ser aplicados 200 mil milhões do Mecanismo de Recuperação e Resiliência para “aplacar” os impactos sociais e económicos da crise energética.
CDS. O ainda líder parlamentar Telmo Correia, sugeriu a ponderação de compras conjuntas europeias de petróleo e a reorganização dos fundos europeus e do Plano de Recuperação e Resiliência, sobretudo para apoiar as empresas mais afetadas pela guerra.
IL. João Cotrim Figueiredo insistiu na pergunta já antes feita por outras bancadas: “Quando é que baixa os impostos sobre os combustíveis?”.
“Não é possível que, perante o que tem sido a subida galopante dos custos da energia, o Governo português se limite a pedir autorização para baixar o IVA um dia destes”, criticou.
Chega. André Ventura alertou que a Polónia não esperou pela autorização da União Europeia para baixar o IVA sobre o combustível para 8%.
*com Lusa
- 20:10
- Já são conhecidos os números do sorteio desta terça-feira do Euromilhões.
-
- 20:09
-
Luka Dončić MVP: absurdo ou justo?
A incrível forma do esloveno não podia passar ao lado do Bola ao Ar, podcast sobre NBA, produzido pela Madremedia. Nem o feito histórico de LeBron James, claro.
-
- 19:07
-
"Não tenho mais nada". Tatiana deixou Kiev com marido e filho e vai regressar "com as suas certidões de óbito"
Tatiana enterrou na terça-feira o marido e o filho, civis mortos por militares russos, num cemitério de uma pequena aldeia ucraniana que não conhecia e que hoje passou a ser também a sua terra.
-
- 17:50
-
Um novo elenco governativo para quatro anos de caos
Não tenhamos a expectativa de conhecer todo um fresquíssimo plantel de jovens garbosos de galharda postura, promessas formadas no Largo do Rato, em lágrimas pela oportunidade de se estrearem como titulares no Conselho de Ministros.
-
- 16:49
-
Contraespionagem diz ter anulado plano russo para assassinar Zelensky
As forças de segurança ucranianas indicaram ter desmantelado um plano dos serviços secretos russos para assassinar o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, segundo a agência de notícias do país Unian.
-
- 15:12
-
ECDC alerta que ainda morrem mais de 6.000 pessoas por semana na União Europeia por Covid-19
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças alertou hoje que mais 6.000 pessoas ainda morrem por semana na União Europeia devido à covid-19, numa altura de subida de casos perante novas variantes.
-
- 14:47
-
Neymar é o jogador mais bem pago do mundo. Sem surpresas, o Paris Saint-Germain é o maior pagador
O brasileiro Neymar, do Paris Saint-Germain, é o futebolista com o salário mais elevado no futebol francês, com 4,1 milhões de euros brutos mensais, e o clube parisiense o maior pagador, referem hoje L'Equipe e France Info.
-
- 13:33
-
Êxodo provocado pela invasão da Rússia leva comunidade ucraniana a ser a segunda maior residente em Portugal
Os refugiados que estão a chegar a Portugal em consequência da situação de guerra na Ucrânia tornaram a comunidade ucraniana a segunda maior residente no país, depois da brasileira.
-
- 11:41
-
Marc Márquez afastado do MotoGP por tempo indeterminado
O piloto espanhol Marc Márquez (Honda) vai ficar afastado da competição por tempo indeterminado, pois a queda sofrida domingo na sessão de aquecimento do GP da Indonésia de MotoGP provocou uma recaída nos problemas oculares que o afetaram.
-
- 11:26
-
Zelensky quer a paz, mas quaisquer mudanças territoriais no país terão de passar por um referendo
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, avisou hoje que qualquer acordo de paz alcançado com a Rússia, incluindo quaisquer mudanças territoriais no país, terá de ser apoiado pela população através da realização de um referendo.
-
- 11:06
-
Negociações com Ucrânia não estão a ser 'substanciais', considera o Kremlin
O Kremlin considerou, nesta terça-feira, que as negociações em curso com a Ucrânia para acabar com a invasão deveriam ser mais "substanciais".
-
- 10:04
-
Alface transgénica pode vir a ajudar a evitar perda de massa óssea em astronautas
Cientistas produziram em laboratório uma alface transgénica que pode vir a ajudar a evitar a perda de massa óssea no espaço ou em zonas remotas da Terra onde faltam medicamentos, foi hoje divulgado.
-
- 09:59
-
Ronaldo nunca marcou à Turquia, à Itália e à Macedónia — todos eles países que Portugal pode defrontar
Cristiano Ronaldo está em 'branco' face a Turquia, Itália e Macedónia do Norte, os três possíveis adversários da seleção portuguesa de futebol nos 'play-offs' europeus de acesso à fase final do Mundial de 2022.
-
- 08:22
-
Exportação de canábis cresceu quase 600% em 2021
De 4,5 toneladas, em 2020, para 30 toneladas, em 2021. A quantidade de canábis exportada no último ano cresceu 566%, de acordo com o Infarmed, e noticiado hoje pelo Jornal de Notícias.
-
- 06:36
-
Kiev diz que forças russas só têm munições, combustível e alimentos para três dias
O Ministério da Defesa ucraniano afirmou hoje que as forças russas têm apenas munições, combustível e alimentos suficientes para três dias.
-