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Amigas, amigas, acidentes à parte

Há uma série da Netflix que mistura comédia e drama, e que dá vida à expressão “há males que vêm por bem”. “Dead To Me” estreou no ano passado e já teve direito a uma segunda temporada, que ficou disponível no início do mês de maio. A série é da mesma criadora de “2 Broke Girls”, Liz Feldman, e acompanha a vida de Jen (Christina Applegate), uma mãe de família, que está de luto pelo marido, que faleceu vítima de um atropelamento. Jen vive obcecada com o acidente e está constantemente à procura de pistas que a ajudem a encontrar o culpado, que fugiu após o atropelamento. Na esperança de encontrar alguma paz interior, junta-se a um grupo de apoio ao luto, onde conhece Judy (Linda Cardellini), uma professora de artes para idosos que, segundo diz, também perdeu o seu companheiro.

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As duas desenvolvem uma amizade e rapidamente se tornam no apoio uma da outra. Mas, se por um lado, Jen é (quase sempre) sincera e transparente, por outro, Judy é misteriosa e cheia de segredos. A professora é uma mistura entre uma mulher amigável e simpática e uma psicopata cheia de sentimento de culpa. Ao longo dos episódios da primeira temporada, Jen vai descobrir que nem tudo aquilo que a sua nova amiga lhe contou é verdade e que, afinal, não conhecia assim tão bem o seu marido, ao mesmo tempo em que tem de conseguir apoiar a sua família.

  • Uma mistura que funciona: “Dead To Me” é um drama com traços de thriller e de comédia. Ainda que o luto e os dilemas morais sejam temáticas mais pesadas, conjugam na perfeição com um lado de humor negro introduzido por personagens como Jen.
  • Do mesmo género: Há quem encontre semelhanças com o registo da série “Big Little Lies”, disponível na HBO.

As séries do YouTube também merecem a nossa atenção

Foi há 5 anos, em 2015, que o YouTube inaugurou o seu serviço de subscrição, inicialmente sob o nome YouTube Red, também conhecido como YouTube Premium. Para além de vídeos sem anúncios e do acesso offline, o serviço disponibiliza uma oferta de séries e filmes, que incluem as produções YouTube Originals.

Com alguma dificuldade em competir com as plataformas mais conhecidas, como a Netflix ou a HBO, as séries YouTube Originals acabaram por não receber a devida atenção e passaram ao lado de muita gente. Atualmente, os novos conteúdos lançados no canal já estão disponíveis para todos e, no início de abril, como forma de incentivar todos a ficar em casa, a plataforma tornou algumas das séries lançadas anteriormente disponíveis de forma gratuita por tempo limitado. Dou-te três sugestões de webséries para dares uma vista de olhos:

  • Cobra Kai”: Em 2018, 34 anos depois do lançamento do primeiro filme, o YouTube Originals trouxe de volta o universo de “The Karate Kid”. Este é, sem qualquer dúvida, um dos maiores sucessos das produções originais do YouTube e marca o regresso de Johnny Lawrence (William Zabka) e de Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e a reabertura do dojo Cobra Kai. Depois de duas temporadas bem-sucedidas, com episódios que ultrapassaram as 80 milhões de visualizações, o YouTube Originals já confirmou que há uma terceira a caminho.
  • Escape The Night”: Para quem acompanha os criadores de conteúdo internacionais, esta série está cheia de caras conhecidas. Joey Graceffa é o grande anfitrião, dono de uma mansão que serve de pano de fundo para várias intrigas. Ao YouTuber americano junta-se um elenco que aparece de forma rotativa, com nomes como Liza Koshy, Gabbie Hanna e Tana Mongeau. Esta série funciona quase como uma espécie de reality show onde os concorrentes são os influencers, que ao longo dos episódios juntam forças para sobreviver a vários escape rooms e desvendar vários mistérios. A série tem quatro temporadas e a quinta estreia já no próximo mês de julho.
  • Impulse”: É uma das apostas de sucesso do YouTube Originals no que diz respeito aos thrillers de ficção científica e é baseada no livro de Steven Gould, com o mesmo nome. No centro de toda a história está Henrietta (Maddie Hasson), uma rapariga aparentemente normal de 16 anos, que descobre que se consegue teletransportar quando é exposta a situações de pânico. Mas, ainda que este poder possa parecer vantajoso, “Henry” rapidamente descobre que as ações têm consequências e entra num conflito interno causado pela descoberta desta capacidade sobrenatural.

Lars, a rapariga perfeita e um amor improvável

Para os românticos incuráveis, a pergunta “Qual é o teu filme romântico preferido?” pode ser difícil de responder. Não há só um, e todos nos marcam de forma diferente. Por isso, o filme de conforto de que vos venho falar hoje é daqueles que já vi e revi, e que me continua a fascinar.

Lars e o Verdadeiro Amor”, cujo título original é “Lars and The Real Girl”, é um filme de amor que nos parte o coração de forma inesperada. A história segue um casal fora do comum, que não se encaixa num daqueles clichés Romeu e Julieta, que falam de amores impossíveis por causa de pequenas divergências. O protagonista, Lars, interpretado por Ryan Gosling, tem 27 anos, mora na garagem do seu irmão e sofre pressão de todos para arranjar uma namorada. Quando descobre que há um serviço online que lhe permite arranjar uma rapariga à sua medida, Lars encontra aquela que acredita ser a sua alma gémea: Bianca, uma boneca de tamanho real, que encomendou na internet.

À primeira vista pode parecer que a trama principal é pouco credível e apelativa, mas o filme realizado por Craig Gillespie (também conhecido por “Eu, Tonya”) transporta-nos numa odisseia que nos faz não querer tirar os olhos do ecrã. “Lars e o Verdadeiro Amor” é uma história tragico-cómica que fala sobre saúde mental, sobre a pressão de ter alguém e sobre a sensação de não encaixar nos padrões socialmente estabelecidos.

  • Para variar: A personagem de Gosling não é o homem mais charmoso. Lars é um homem solitário e introvertido, que foge constantemente de qualquer interação social, um desajustado da sociedade. Este é um papel diferente daqueles a que Gosling nos habituou em filmes como “O Diário da Nossa Paixão” e “La La Land”.
  • Onde ver: “Lars e o Verdadeiro Amor” está disponível na HBO Portugal.
  • Outras companhias para uma sessão de cinema no sofá: Recomendo ainda “Ruby Sparks”, “500 Days of Summer” e “Her”, filmes que também ocupam um lugar de honra na lista dos meus romances preferidos.

Créditos Finais

  • É Desta Que Leio Isto: O clube de leitura já está a preparar o próximo encontro, marcado para o dia 28 de maio, cujo tema será o livro “1984”, de George Orwell. Espreita aqui a primeira análise feita pelo escritor Filipe Homem Fonseca e descobre como é que te podes inscrever no clube de leitura.
  • O regresso dos ABBA: Passaram quase 40 anos desde que a banda sueca lançou novas músicas, mas parece que já não falta muito para a espera terminar. Numa entrevista à CNBC, Björn Ulvaeus, membro e compositor dos ABBA, garantiu que vai haver novidades ainda em 2020.
  • De Ibiza para Manchester, das discotecas para as ‘raves’: Inspirado pela série “White Lines”, o Paulo André Cecílio conta-te tudo o que precisas de saber sobre a transformação de Ibiza numa meca para amantes do house e do techno, neste artigo publicado no SAPO24.
  • Um festejo em grande: Na última edição, o Miguel Magalhães celebrou os 20 anos do Marshall Mathers, e agora o próprio Eminem decidiu festejar com os fãs. O rapper americano anunciou que vai fazer uma listening party do álbum na próxima quarta-feria, dia 27 de maio, no Spotify. Descobre mais informações aqui.
  • Os mais esperados da semana: sexta-feira é dia de “Chromatica”, o novo álbum de Lady Gaga. No que diz respeito a séries, também no final da semana, a Netflix vai estrear a série “Space Force”, com Steve Carell no papel do protagonista.

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