Entre hoje e sábado, no auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, decorre o congresso organizado pela Casa Fernando Pessoa, durante o qual vão ser debatidos temas como o significado da palavra “eu” pronunciada por Fernando Pessoa.
“Que implicações tem este ‘eu’ na sua obra, ortónima e heterónima?” e “Será a obra marcada por um cunho pessoal ou impessoal?” são duas das questões a que tentarão responder os investigadores António Feijó e Richard Zenith, duas das pessoas que mais têm contribuído para uma clarificação da problemática fundamental dos estudos pessoanos.
O programa do encontro conta também com uma discussão em torno dos contemporâneos de Pessoa, em que o professor Gustavo Rubim e Helder Macedo, professor jubilado do King’s College, em Londres, vão debruçar-se sobre a obra de Manuel Teixeira Gomes e Camilo Pessanha, entre outros escritores portugueses e estrangeiros, que são por vezes “injustamente esquecidos”, por estarem na sombra temporal de Fernando Pessoa.
O filósofo português José Gil vai estar no centro de um diálogo sobre o vasto trabalho científico e literário que desenvolveu nas últimas décadas e o seu contributo para os estudos pessoanos.
A encerrar os três dias de congresso, os investigadores Arnaldo Saraiva, Fernando Martinho e José Blanco vão dar o testemunho da sua participação, ao longo de mais de 30 anos, em encontros científicos, em Portugal e no estrangeiro, para debater questões que foram centrais para o desenvolvimento dos estudos pessoanos.
Entre estas “mesas de discussão” haverá espaço para painéis subordinados a um tema comum sobre o qual três oradores sucessivos debatem, e que versam as várias facetas do poeta Fernando Pessoa, do político ao filósofo, passando pelo cosmopolita e pelo homem livre.
Esta é a quarta edição do congresso internacional e a de maior dimensão em termos de programa, no que respeita ao contacto com a academia, em termos nacionais e internacionais.
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