A aplicação gratuita “Histórias Escondidas do Museu Municipal de Loulé”, para dispositivos móveis, faz reconstituições animadas das peças arqueológicas, através de modelos tridimensionais, para ajudar o visitante a perceber o contexto da sua utilização na época, explicou Mauro Figueiredo.
"Fizemos, por exemplo, a partir de uma pedra, a recriação de um tear da época romana para se perceber como funcionava em termos mecânicos", observou o professor de Informática, sublinhando que, assim, se torna "muito mais fácil" a interpretação, "de forma interativa e dinâmica", de como eram produzidos os tecidos à época.
A recriação tridimensional do processo de fabrico de farinha para fazer o pão, no Neolítico, do uso de lucernas e ânforas ou do lacre, produto mais recente, usado para selar cartas, são outros exemplos de reconstituições que podem ser visualizadas através da aplicação, acrescentou o docente do Instituto Superior de Engenharia da UAlg.
Segundo Mauro Figueiredo, a diferença entre a realidade virtual e a realidade aumentada é que a primeira "cria um mundo que substitui o real", enquanto a segunda, popularizada recentemente com o jogo "Pokémon Go" complementa o mundo real "com informação que é sobreposta computacionalmente".
Para o conjunto das nove peças arqueológicas, cuja datação se situa entre o período do Neolítico e o século XVI, foram feitas animações tridimensionais, ao abrigo de uma parceria entre a Câmara de Loulé e a UAlg que se iniciou há um ano.
Além da vertente de realidade aumentada, que só pode ser vivida durante visitas ao museu, a aplicação inclui ainda o Jogo do Moinho, originário do Oriente, mas que se tornou muito popular na Europa Medieval.
Segundo Mauro Figueiredo, este jogo de tabuleiro para duas pessoas foi agora recuperado e está disponível ao público em geral através da mesma aplicação, disponível para os sistemas operativos Android e iOS.
O docente e investigador referiu que este projeto é inovador, quer a nível nacional, quer internacional, uma vez que nos museus o que existe normalmente é a interpretação de peças através de códigos de resposta rápida (QR Code), que apresenta texto ou imagem.
Este projeto é o resultado de um trabalho de investigação que Mauro Figueiredo está a conduzir desde há quatro anos, na área da realidade aumentada.
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