2. Biofilia

E se, muito depois de toda a natureza ter sido finalmente pulverizada no lixo da fossa tecnológica, se tornar claro que há necessidades genéticas indispensáveis para muitos destes componentes da natureza?

HUGH ILTIS, professor de Botânica, numa carta à Science, 1973

Milhares de pessoas cansadas, de nervos abalados e supercivilizadas começam a perceber que ir para as montanhas é ir para casa; a natureza é uma necessidade.

JOHN MUIR, Our National Parks, 1901

Edward Osborne Wilson estava a pescar ao largo de Paradise Beach no Panhandle do norte da Florida, ainda jovem adolescente, no início da década de 1940, quando um peixe espinhoso prateado chamou a sua atenção. Mosqueado e a desovar, o peixe cintilava à primeira luz do sol. Wilson atacou com precisão e força: o peixe voou para fora da água e um dos espinhos atingiu diretamente o olho direito dele. Os cirurgiões não conseguiram salvar-lhe o olho e ele ficou apenas com visão ao perto no outro. O jovem naturalista entusiasta teve de desistir da sua ambição de estudar aves, sapos ou ursos e procurar algo mais próximo e pequeno. Primeiro, decidiu investigar moscas, mas uma escassez de alfinetes após a Segunda Guerra Mundial interrompeu o seu trabalho. A sua ideia seguinte foram as formigas. Com o tempo, Wilson tornou-se obcecado com a vida social das formigas e acabou por publicar muitos trabalhos e estudos biológicos galardoados. Venceu o Prémio Pulitzer duas vezes pelos seus livros On Human Nature (1979) e Me Ants (com Bert Hölldobler, 1990) e a Medalha Nacional de Ciências em 1976. O seu livro de 1984, Biophilia, catalisou o movimento de ecoterapia, a arquitetura e design biofílicos e o campo científico mais lato de natureza e saúde. O livro em si é pouco conhecido – hoje não o encontrará nas grandes livrarias –, mas a palavra e o conceito apareciam repetidamente em conferências de natureza e saúde em que eu participava, em estudos, artigos e revistas que eu lia, e nas minhas entrevistas com cientistas e não cientistas da área. Requisitei o livro à British Library e fui até Londres para o ler.

O texto é uma mistura de coisas: um apelo a uma nova ética de conservação na crise de biodiversidade atual, que já se notava em 1984; uma meditação sobre ciência e arte; e um diário das viagens de Wilson pelo mundo. No seu cerne, coloca a questão: estará a sanidade humana em risco num mundo de natureza esvaziada?

É Desta Que Leio Isto: Em janeiro recebemos Dulce Garcia

Anote na sua agenda. O É Desta Que Leio Isto já tem a primeira sessão de 2023 marcada. Dulce Garcia é a convidada do próximo encontro do nosso clube de leitura, a ocorrer no dia 19 de janeiro, pelas 21h.

Nascida em 1970, Dulce Garcia foi jornalista entre 1991 e 2017, escrevendo no Diário Económico e, acima de tudo, na Sábado, publicação de que foi fundadora e subdiretora. Assinou também colaborações nas revistas Elle, GQ, Vogue e Máxima. Hoje, é assessora de imprensa na área da política, trabalhando com o Ministério da Justiça.

A sua experiência na literatura bifurca-se nos dois lados da mesma moeda: foi editora de ficção portuguesa do grupo editorial Planeta e começou a publicar ficção com “Quando Perdes Tudo Não Tens Pressa de Ir a Lado Nenhum”, estreia editada na Guerra & paz em 2017.

Olho da Rua” — o seu segundo romance e uma das recomendações do ano do SAPO24 — trata-se de uma sátira do panorama laboral do século XXI, fazendo do escritório uma selva onde impera a lei do mais forte.

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O conceito de biofilia é a noção de Wilson de que os humanos têm uma afiliação inata e emocional à vida, a processos análogos à vida e a outros organismos vivos. A nossa tendência para sermos atraídos por coisas vivas – desde pedir aos pais um hamster de estimação até deixar flores na sepultura de um ente querido – é, segundo Wilson, a expressão de uma necessidade biológica com uma base genética. Os humanos dependem da natureza para obterem mais do que alimentos, argumenta ele. Nós temos uma necessidade evolutiva de nos ligarmos ao mundo natural em busca de um desenvolvimento cognitivo, mental, emocional e espiritual, de crescimento, significado e realização. Sem contacto com o mundo natural, tornamo-nos mais pobres. Em Biophilia Wilson não apresenta provas num sentido empírico formal. Era – e continua a ser – uma hipótese. Ele argumenta que a tendência biofílica era «tão claramente evidenciada na vida diária e amplamente distribuída» que merecia muita atenção. O facto de os humanos sempre terem gostado, venerado e enaltecido a natureza e os animais não podia ser uma coincidência. «A tendência biofílica […] dissemina-se em padrões repetitivos de cultura na maior parte ou em todas as sociedades […] eles são demasiado consistentes para serem reduzidos a meros resultados de acontecimentos puramente históricos que atuam num quadro em branco mental.»

Onde evoluímos é o primeiro argumento de Wilson. Ele começa de um ponto de vista de lógica evolucionista, olhando para o ambiente humano original, em que o nosso cérebro evoluiu ao longo de dois milénios, durante os quais as pessoas viviam em íntimo contacto com o mundo natural. «As cobras eram importantes. O cheiro da água, o zumbido de uma abelha, a dobra direcional do caule de uma planta era importante.» Ele postula que dado que 99 por cento da História humana foi passada em grupos de caçadores-recoletores que estavam intimamente relacionados com outros organismos, predadores, presas e habitats – um mundo biocêntrico, e não um mundo regulado por máquinas –, é provável que genes que ditam a propensão para a aprendizagem que melhora as hipóteses de sobreviver, as hipóteses de encontrar alimentos ou a aptidão reprodutiva fossem difundidos por seleção natural. «Determinado genótipo torna uma reação comportamental mais provável, a reação melhora a aptidão reprodutiva e de sobrevivência, o genótipo, como consequência, espalha-se pela população, e a reação comportamental torna-se mais frequente», explicava Wilson.

Por outras palavras, «aprendemos o que sabemos, mas há coisas que se aprendem mais depressa e mais facilmente do que outras». E é provável que essas coisas estejam relacionadas com o ambiente natural no qual o Homo sapiens viveu na maior parte da sua História.

A segunda prova resulta desta. Escolher o sítio certo para viver, onde houvesse comida abundante para o grupo tribal, bem como água e abrigo, foi fundamental para a sobrevivência da nossa espécie durante milénios. Não tem sido vital apenas para a minúscula fatia da nossa história evolutiva. Se a nossa principal função era selecionar um lugar bom para viver, sugere Wilson, é provável que os nossos cérebros e sentidos tenham desenvolvido características que ajudariam a isso. O humano atual – o leitor, eu, nós – não chega à Terra como se estivesse a sair de um comboio. A nossa carne, o nosso ADN e os nossos pensamentos e preferências estão marcados pelo passado.

Wilson salienta que, hoje, quando as pessoas podem escolher, elas escolhem viver, ou passar tempo, em paisagens com as mesmas características naturais fundamentais: grandes zonas relvadas tipo parques, com manchas de matos e árvores, e água. Estes eram os tipos de ambiente em que os humanos antigos viviam e onde tinham maior probabilidade de sobreviver, e onde os nossos sentidos, o nosso intelecto, as emoções e a cognição evoluíam. Os humanos, com a sua locomoção bípede e braços que se agitam livremente, eram adequados às planícies abertas, às savanas, primeiro de África e depois da Europa e da Ásia, onde podiam perseguir e caçar animais, e apanhar, escavar e colher frutos e tubérculos. Nós não nos fixámos nas florestas húmidas nem nos desertos, e a «tendência mundial» para gravitar na direção de paisagens do tipo savana que se assemelhavam aos habitats dos nossos antepassados ou, para quem se podia dar ao luxo, casas, templos e palácios virados para lagos, rios ou para o mar, é, para Wilson, a prova de um gene que seleciona para esse tipo de habitat. Os arquitetos paisagísticos e os jardineiros que baseiam os seus projetos nesta estética de savana estão a responder a uma «memória genética profunda do ambiente ideal para a humanidade».

Esta ideia foi testada por Gordon Orians, escritor e professor emérito de Biologia da Universidade de Washington, ao estudar os planos e desenhos de «antes» e «depois» de Sir Humphrey Repton, arquiteto paisagístico britânico do século XVIII, que desenhou os espaços e jardins de propriedades privadas e casas de campo. A trabalhar com a psicóloga norte-americana Judith H. Heerwagen, Orians avançou com a hipótese de que os planos de «depois» seriam mais «do tipo savana», com árvores dispersas ou vegetação mais rasteira em paisagens abertas. Também incluíam refúgios (cabanas, casas), água e animais. Os investigadores descobriram que Repton adicionara pequenos grupos de árvores a quase metade dos seus projetos, muitas vezes em espaços abertos. Também reduziu e retirou árvores em quase metade das paisagens, para proporcionar melhores vistas. Zonas de água, barcos e animais de pasto também foram adicionados. «Estes elementos são característicos de ambientes de savana, o habitat no qual os humanos viveram durante milhões de anos», escreveram.

Décadas mais tarde, os cientistas ainda usam a teoria do habitat – o nome por que é conhecida – como se chama, para testar a hipótese da biofilia, e continuam a surgir determinadas preferências. Na Conferência Internacional sobre Qualidade de Vida, realizada no Pacific Sutera Hotel em Sabah, Malásia, em 2014, cientistas da Faculdade de Ambiente Construído da Universidade de Tecnologia da Malásia apresentaram os resultados de um estudo que sustentava esta hipótese.

A equipa de investigação mostrou cinco fotografias de zonas na floresta protegida de Melaka a cinquenta e um especialistas estudantes com um historial na arquitetura paisagística ou no planeamento urbano e a cento e vinte e seis não especialistas da população local. Então, perguntaram aos participantes como interpretavam a cena, usando a escala Likert, que mede a intensidade dos sentimentos. Os fatores que lhes pediram que avaliassem iam desde o mistério à coerência, e da administração à perturbação.

O estudo identificou três atributos dominantes que o grupo – quer os peritos, quer os não peritos, e ignorando as diferenças demográficas – usou para avaliar a paisagem: complexidade (a diversidade e riqueza de elementos naturais), naturalidade (o nível de paisagem selvagem intocada) e legibilidade (facilidade de orientação, num lugar estranho e desconhecido, com um ponto de referência ou elemento).

A equipa concluiu que, dado que estes aspetos reuniam a forte preferência dos grupos, os resultados davam suporte à ideia de que existe uma ligação comum que une os humanos, remontando até ao nosso passado antigo, mas que se mantém no nosso ADN até hoje.

Nas primeiras semanas de maternidade, descobri um cemitério selvagem lindíssimo com ruínas de uma igreja do século XIII ao lado da nossa nova casa. No seu centro, uma enorme e majestosa faia irradiava um brilho amarelo ao primeiro sol de outono. À sua sombra, debaixo dos ramos em forma de dendrites de neurónio, havia um mar cor-de-rosa de cíclames. Na erva alta saltitavam coelhos, parando de vez em quando tempo suficiente para eu conseguir ver o preto dos seus olhos. Taças de epífitos antigos decoravam os muros de tijolo. Quando eu olhava mais de perto, para as manchas amarelas de líquenes com o meu microscópio de bolso, conseguia ver minúsculas cidades feitas de ouro, com profundidade e dimensão, e insetos microscópicos vermelho-cereja invisíveis a olho nu. Os toxicodependentes reúnem-se às vezes atrás de lápides tumulares, e de vez em quando eu via seringas espetadas em troncos. Nesses primeiros meses, eu ainda estava em modo de sobrevivência e mal conseguia assimilar algo que não tivesse que ver com manter a minha filha viva e bem. Mas havia algo naquelas caminhadas diárias que me fez despertar.

Quando eu subia a leve colina até ao cemitério, por baixo de uma grande copa baixa e com ramos compridos, sentia-me mais calma. Acontecia sempre: mal eu ficava debaixo do verde-escuro do teto de teixo, era como se tivesse feito uma aula de ioga num milésimo de segundo. Eu escolhia aquele caminho – havia três entradas e uma delas era um percurso bem mais agradável ao longo de terrenos e não de uma estrada movimentada para sentir aquela momentânea libertação de tensão. Perguntava-me se poderia ser uma atração primitiva para elementos associados a abrigo, bem como a alimentos e água, requisitos básicos para um bebé.

Perder o Paraiso
créditos: Temas e Debates

Livro: "Perder o Paraíso — As nossas mentes precisam da natureza"

Autor: Lucy Jones

Editora: Temas e Debates

Publicação: 12 de janeiro

Preço: €15,93

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Talvez uma predisposição genética me fizesse gravitar na direção daquele corredor escuro, e talvez tivesse algo que ver com a forma específica da árvore. Durante milénios, as árvores desempenharam um papel fundamental na sobrevivência e no bem-estar dos humanos. Forneceram abrigo – um sítio para dormir ou descansar –, alimento, materiais e remédios. Também permitiam aos caçadores-recoletores ver a zona circundante em busca de água, alimentos ou outros abrigos, ou observar a presença de predadores. Orians estudou as preferências em relação às árvores, bem como a seleção de habitat, e propôs-se a responder a uma pergunta: serão todas as árvores igualmente eficazes a gerar reações positivas? Postulou que as formas mais agradáveis espelhavam as árvores que ajudaram os humanos durante a nossa história evolutiva. Na savana de África, uma árvore característica é a Acacia tortilis, que tem uma copa ampla que se estende em largura mais do que a altura da árvore, com ramos tipo guarda-chuva sobrepostos e folhas pequenas.

Para testar esta hipótese, Orians mostrou a um grupo de pessoas um grande número de fotografias de árvores que variavam em comprimento do tronco, densidade da copa, camadas e largura da copa, comparativamente à altura. Concluiu que, até hoje, as pessoas continuam a preferir árvores com copas de muitas camadas, troncos mais baixos e uma relação maior entre a largura da copa e a altura da árvore. É fácil escondermo-nos debaixo destas árvores, ou abrigarmo-nos do sol, ou trepar para ficarmos em segurança – exatamente como a árvore à entrada do cemitério perto da minha casa. «Os resultados da nossa sondagem preliminar estão de acordo com uma perspetiva funcional e evolucionista sobre a relação entre árvores e humanos», concluíram Orians e Heerwagen.

A altura do dia é outro fator de que os primeiros humanos tinham bem consciência. Sem luz, não conseguiam ver um lobo ou um urso pronto a atacar, ou uma cobra perto do acampamento ou da gruta. Então, haveriam de querer garantir que estavam bem escondidos num habitat seguro e protegido quando o sol começava a pôr-se.

Orians e Heerwagen estudaram pinturas de pores do sol, prevendo, à luz da sua hipótese, que teriam um «elevado simbolismo de refúgio», com uma casa, uma igreja ou outro edifício. As suas previsões revelaram-se corretas: 66 por cento das pinturas do pôr do sol que estudaram tinham um refúgio, e em 92 por cento dos casos, o refúgio era altamente acessível.

O poeta e geógrafo Jay Appleton partiu deste trabalho e postulou a sua teoria sobre perspetiva e refúgio no seu livro de 1975, Me Experience of Landscape. Ele escreveu que o ambiente ideal para os primeiros humanos era aquele em que eles pudessem esconder-se de predadores (refúgio), sendo capazes, ao mesmo tempo, de ver perigos e potenciais presas (perspetiva). Tanto Appleton como Orians sugeriram que nós, humanos modernos, temos um «desejo inato» de estar nestes tipos de paisagem, uma disposição genética para preferir paisagens e cenários naturais onde possamos ver um horizonte ou vislumbrar, num ponto alto, um espaço amplo e aberto, bem como a paisagem circundante; onde haja pequenos grupos de árvores, que oferecem refúgio, alimento e abrigo, e, idealmente, a presença de água.

Em homenagem ao recém-falecido Appleton, Guy Lochhead, que escreve na Ernest, uma revista sobre «viagens sinuosas» e «ideias loucas», estudou as cem melhores imagens de paisagens do site Flickr para identificar padrões nos lugares que as pessoas preferem fotografar. Descobriu que 91 por cento das imagens incluíam alguma forma de refúgio; 99 por cento continham algum símbolo de perspetiva; e 96 por cento incluíam ambos. Sem nos apercebermos, os nossos genes podem muito bem determinar as nossas preferências estéticas.

A prova seguinte do conceito de biofilia de E. O. Wilson tem que ver com o carácter animado da vida. Desde as primeiras semanas e meses de um bebé, quando mal consegue focar o olhar, ou ver cores que não sejam preto e branco, ele aprende o que está vivo e o que é inanimado. Wilson defende que os humanos reagem mais depressa e intensamente a organismos vivos, porque a vida, seja de que tipo for, é mais interessante do que aquilo que é inerte e imóvel. As pessoas «preferem entidades que são complicadas, que estão a crescer e que são suficientemente imprevisíveis para serem interessantes». Um esquilo é mais interessante do que observar um pacote de batatas fritas, uma borboleta mais do que um cone de trânsito.

Um estudo realizado com recém-nascidos em 2008 suporta o argumento de Wilson. A investigação analisou a preferência por atividade biológica em detrimento de atividade não biológica. A bebés de apenas dois dias foram mostradas imagens de pontos aleatórios e o movimento de uma galinha a caminhar. Os bebés preferiram ver a galinha, ou a «mostra de movimento biológico», como os cientistas poeticamente lhe chamaram. Os investigadores testaram bebés recém-nascidos para ver se teriam uma perceção intrínseca e inata de movimento biológico, e uma preferência por ele, antes de chegar a aprendizagem preparada, numa fase mais adiantada da infância. Os resultados sugeriam que talvez tenhamos desenvolvido uma perceção visual que nos permite prestar atenção particular a outros animais ou aos movimentos de outro animal (a mãe, sem dúvida, como fonte de alimento).

O facto de nos sentirmos atraídos por objetos em movimento ou paisagens que são agradáveis e bonitas pode parecer óbvio, mas, como escreve Wilson, o «óbvio é profundamente significativo». Uma paisagem não é só bonita por ser bonita, mas porque o seu significado está «enraizado no passado genético distante». Pode não ser revolucionário dizer que a maior parte das pessoas prefere olhar para uma árvore do que para uma monte de folhas mortas, mas depois pensemos nas caixas dentro das quais nos encurralamos e em quão raramente, hoje em dia, procuramos a abundância da diversidade natural. Se é assim tão óbvio, porque não estamos a fazer mais para proteger o mundo natural que vive, respira, corre, se contorce, salta, dança, rodopia e brilha?