Gastronomia:

A gastronomia de Sintra tem muitos fãs e faz crescer água na boca a qualquer "bom garfo", graças à sua diversidade, saborosa confeção e qualidade dos produtos usados.

Para os apreciadores de pratos de carne é imperdível o leitão de Negrais, a carne de porco às Mercês ou um belo cabrito e vitela assada.

A costa litoral da região de Sintra é abundante em peixe fino, mariscos e moluscos. Um apetitoso robalo ou sargo grelhado, um fresco polvo à lagareiro ou saborear uns saborosos mexilhões e percebes.

O final da uma bela refeição merece sempre uma deliciosa sobremesa. O destaque vai, inevitavelmente, para as famosas queijadas de Sintra, doce ancestral que vem, pelo menos, da Idade Média, ou uns belos travesseiros. Os pastéis da Pena, os tradicionais fofos de Belas, a par de um conjunto de compotas tradicionais fabricadas segundo métodos antigos, fazem parte deste lote de deliciosos doces.

No que toca ao néctar dos Deuses, que acompanha qualquer refeição, é indispensável o vinho de Colares, com a famosa casta Ramisco, um dos primeiros da carta de vinhos de Portugal e Malvasia. Arinto e Galego Dourado fazem igualmente parte das castas da região.

Os sentidos apuram-se, as iguarias regalam os olhos e o paladar ensina-se.

História:

Rio de Mouro seria, então como muitas outras povoações, uma aldeia que vivia arreigada à terra de onde, sol a sol, se tirava o sustento tal como, em seu redor, sucedia nos lugares de Covas e de Paiões que, no censo de 1527, consta como a "vimtana de Payaes com seos casaes e aldeas, com 46 vizinhos".

Mas com a Corte cada vez mais em Sintra e sendo à época um lugar de "passagem" e decerto também de "paragem", isto terá promovido o desenvolvimento urbano e económico de Rio de Mouro, razões que justificarão a sua elevação a paróquia, talvez na segunda metade do século XVI, em detrimento de Paiões (desconhecendo-se se no local terá existido ou não qualquer templo), apesar de anteriormente ter sido cabeça de vintana, pequena circunscrição espacial e administrativa que albergava vários lugares.

A igrejinha que já ali existia e da qual subsiste uma belíssima imagem de São Brás, esculpida em pedra de Ançã, e uma graciosa pia de água benta de bom talhe, com encodeamento na base da taça, remetem-nos, pois, para uma possível fundação manuelina – e à semelhança do sucedido noutros locais –, muito provavelmente erigida em comemoração do foral de Leitura Nova de Sintra, de 1516.

Pontos de Interesse

Rio de Mouro a partir dos anos 60 sofre uma grande mudança. A crise económica leva à busca de um salário certo nas cidades. Acorrem às Freguesias da Linha Sintra trabalhadores vindos de Norte a Sul do País. A procura de habitação faz disparar a construção que consome quintas e matas, dando origem a uma imensa área urbana. Rio de Mouro é hoje um importante aglomerado urbano do concelho de Sintra, sendo que a sua importância foi aumentando ao longo dos tempos. O crescimento de Rio de Mouro foi de tal ordem que, em 1993, a povoação foi elevada à categoria de Vila.

Rio de Mouro mantém alguns espaço museológicos e de interesse turístico para quem visita esta terra.

A Casa-Museu Leal da Câmara está instalada na moradia onde Mestre Leal da Câmara viveu desde 1930 até à sua morte, em 1948. Criada na sequência da doação da moradia à Câmara Municipal de Sintra pela viúva do Mestre, em 1965. O acervo da Casa-Museu é composto por objetos de pintura, mobiliário, caricatura, desenho, têxteis, cerâmica e ainda pelo arquivo fotográfico de correspondência e de outra documentação.

Quinta do Molha Pão. A longa reconstrução da casa da Quinta do Molha Pão, que decorreu entre o último quartel do século XVII e o primeiro da centúria seguinte, encontra-se bem patente nas características do imóvel, cuja arquitetura segue um modelo maneirista de grande depuração, mas animada por uma decoração barroca, que tira partido dos revestimentos azulejares para criar um ambiente de grande aparato.

As primeiras referências conhecidas datam de 1633, mais precisamente, de 19 de novembro, e encontram-se num documento pelo qual Antão Gonçalves se comprometia a pagar o foro relativo à Quinta a António Correia, senhor da casa e vila de Belas (STOOP, p. 198). Seria preciso esperar até 1682 para que toda a propriedade se tornasse posse da família Barberino, na qual ainda hoje se mantém. Bartolomeu Quifel Barberino era natural de Itália, e foi conselheiro dos reis D. Pedro II e D. João V. A crer na lápide que se encontra sobre a entrada, aí mandada colocar pela sua bisneta em 1952 (no mesmo ano em que adquiriu a quinta), o primeiro Barberino instituiu-a como morgado.

Igreja de Nossa Senhora de Belém - Rio de Mouro. A Igreja Matriz de Rio de Mouro, de invocação de Nossa Senhora de Belém, é uma construção quinhentista.

Consta que esta igreja foi construída por padres (monges) do Mosteiro dos Jerónimos, que tem a invocação de Santa Maria de Belém, por isso, à igreja de Rio de Mouro foi dada igualmente a invocação de Nossa Senhora de Belém. Exteriormente há uma torre de características comuns, com quatro pináculos nos acrotérios, muito usual em templos rurais do séc. XVIII, e um portal maneirista que ornamenta a fachada, encimado por uma lápide calcária onde pode ler-se a seguinte inscrição: SACROTEMPLO DE NOSSA SNRA DE BELÉM 1563

Lazer

Os percursos rurais, pedestres ou em bicicleta, são um excelente modo de conhecer o património natural (fauna e flora) e cultural do município (património), bem como o contacto direto com as gentes destes povoados.

Há variados caminhos que se podem realizar e está em marcha uma grande área verde, inserida na ARU de Rio de Mouro, que irá valorizar, melhorar e dinamizar ainda mais estes caminhos.

Apreciar as variadas espécies, animais e vegetais, fazendo pausas nas atividades lúdicas desportivas, é uma grande mais-valia desta região.

Pequenos ribeiros de aguas cristalinas são igualmente pontos a ter em atenção. Em tempos passados eram usados para banhos higiénicos, lavagens de roupa e sistemas de rega agrícola.


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