“As pessoas chegam, muitas delas não se conhecem, e saem como se fossem familiares de longa data. Há uma informalidade, um intimismo que normalmente não é vulgar em eventos. E essa talvez seja a razão para a sua longevidade. Temos colóquios organizados até 2024, salvo um que temos de alterar”, adiantou, em declarações à agência Lusa, Chrys Chrystello, da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia, que organiza o evento.

Desde 2006, que todos os anos são realizados dois colóquios sobre a lusofonia, um em Belmonte (Castelo Branco) e outro nos Açores.

“Quando eu me mudei para os Açores passámos a ter dois todos os anos, o que é francamente notável. É uma máquina bem oleada, temos poucos, mas bons associados que nos dão o seu apoio. As pessoas gostam do ar familiar, não menos científico por causa disso, mas do ar menos formal”, salientou Chrys Chrystello.

Este ano, o festival conta com a participação de cerca de meia centena de pessoas, de 12 países e regiões (Brasil, Galiza, Cabo Verde, Angola, Canadá, Estados Unidos da América, Luxemburgo, Austrália, Timor-Leste, Alemanha e Bélgica).

Algumas foram forçadas a chegar mais tarde à Graciosa, devido à passagem do furacão “Lorenzo” pelos Açores, mas o programa não sofreu grandes alterações.

Nesta edição, estão previstas mesas redondas com Teolinda Gersão, José Luís Peixoto, Joel Neto, Almeida Maia, Bettencourt Pinto, Jorge Arrimar e outros 20 autores insulares.

Será feita uma homenagem ao poeta açoriano Eduíno de Jesus e estão previstas três sessões de poesia deste autor, de Manuel Jorge Lobão e Chrys Chrystello.

O investigador da Universidade dos Açores, especialista em poluição, Félix Rodrigues é o cientista convidado.

Estão previstos vários recitais da dupla timorense Piki Pereira e Mintó Deus e concertos da maestrina e pianista Ana Paula Andrade, do Conservatório Regional de Ponta Delgada, da violinista Carolina Constância e da soprano Carina Andrade, que interpretarão poetas açorianos musicados e temas do cancioneiro.

O programa inclui ainda concertos da jovem Joana Carvalho, de Belmonte, e do organista graciosense Fábio Mendes.

No âmbito do colóquio, a Câmara Municipal de Belmonte vai propor uma geminação com a da Graciosa, para que no futuro possa haver um intercâmbio de músicos e atores entre as duas localidades.

Os colóquios da lusofonia nasceram com o objetivo da “defesa intransigente da língua portuguesa em todas as suas vertentes”.

“A nossa definição de lusofonia não tem nada a ver com o quinto império nem com portugalidade, tem mais a ver com abranger todos aqueles que trabalham a língua portuguesa, independentemente da sua nacionalidade ou local de residência. Nós já tivemos cerca de 20 nacionalidades diferentes entre os nossos associados”, frisou Chrys Chrystello.