“Um dos nossos aeroportos militares foi alvo de mísseis intercetados pelo nosso sistema de defesa antiaérea”, referiu a agência oficial síria, citando uma fonte militar.
Segundo a Sana, que relatou a ocorrência de “explosões nas imediações do aeroporto de Dabaa”, o objetivo “da agressão” não foi apurado.
Entretanto, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) avançou que os mísseis, provavelmente disparados pela aviação israelita, tinham atingido um depósito de armas do movimento fundamentalista xiita libanês Hezbollah localizado perto do aeroporto militar de Dabaa.
“Seis mísseis foram disparados contra o aeroporto militar de Dabaa e os arredores do setor oeste da província de Homs, e atingiram depósitos de armas que pertencem ao Hezbollah”, disse, em declarações à agência francesa France Presse (AFP), o diretor do Observatório, Rami Abdel Rahmane.
“Os mísseis terão sido disparados por Israel”, acrescentou o representante desta organização com sede em Londres.
O Hezbollah, aliado do Irão, combate na Síria ao lado do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad.
As suas infraestruturas militares no país, bem como as forças iranianas destacadas no terreno, foram atingidas por raides israelitas nas últimas semanas.
Informações também hoje divulgadas referiram que ataques aéreos noturnos, registados na noite de quarta-feira na zona leste da Síria, mataram pelo menos 12 combatentes pró-regime, todos presumivelmente estrangeiros, segundo o OSDH.
A agência Sana atribuiu estes ataques aéreos noturnos à coligação internacional que luta no território sírio contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), que é liderada pelos Estados Unidos.
Também precisou que os ataques atingiram posições militares sírias entre as cidades de Boukamal e de Hmeimeh, na província de Deir Ezzor. A agência estatal não relatou qualquer vítima.
O Departamento de Defesa norte-americano (Pentágono) disse “não ter informações” que fundamente os relatos que atribuem estes recentes ataques aéreos aos Estados Unidos.
A Síria, que entrou no oitavo ano de guerra, vive um drama humanitário perante um conflito que já fez pelo menos 511 mil mortos, incluindo cerca de 350 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados. Mas estes números estão em constante evolução.
Na terça-feira, o OSDH disse que mais de 43.000 pessoas morreram na Síria desde janeiro de 2017 devido à guerra civil, período em que as forças governamentais retomaram mais de 80.000 quilómetros quadrados de território.
Segundo esta organização não-governamental, entre as 43.572 vítimas mortais figuram 14.460 civis, dos quais 3.070 eram menores e 2.090 mulheres.
Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos ‘jihadistas’, e várias frentes de combate.
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