A 6 de julho de 2015, a base militar de Miramas, foi alvo de um roubo de "cerca de 150 detonadores e cargas explosivas", tendo depois sido aplicado um "plano de emergência" para proteger os locais do exército.
"O investimento foi de várias centenas de milhões de euros num período de três anos, tendo começado em 2016. Só em 2016, o investimento foi de 60 milhões de euros", afirmou a fonte militar, sem precisar o montante global do plano que está em curso.
Em 2016, depois da avaliação do sistema de proteção de locais de armazenamento de armas do exército, foi adotado um plano de emergência no qual foram tomadas "medidas imediatas para reforçar a proteção física ao nível das vedações e dos paióis, foram mobilizados uma centena de militares e reparados sistemas de vigilância".
Depois, foram também tomadas "medidas de emergência para dotar os locais mais vulneráveis com sistemas de videovigilância".
Em terceiro lugar, foram adotadas "medidas perenes de reconstrução de paióis", no valor de 60 milhões de euros só para o ano de 2016.
"Não houve demissão de ministro nem de chefe de Estado-Maior do Exército. Apercebemo-nos que havia um problema ao nível das infraestruturas, do sistema de proteção e foi decidido reforçá-lo", continuou a mesma fonte, sem indicar se houve responsáveis penalizados.
O Le Figaro indicava, a 30 de julho de 2015, que "mais de 160 milhões de euros vão ser consagrados à melhoria da proteção das bases militares", precisando que tinham sido roubados "170 detonadores, 40 granadas, cerca de 60 dispositivos de iniciação de granadas e uma dezena de cargas explosivas de 250 gramas" e que "os ladrões não tinham sido incomodados porque os paióis não estavam equipados com alarmes nem câmaras de vigilância".
A 25 de junho passado, foi registado o roubo de quatro lança-granadas e quatro caixas de munições do exército francês, a bordo de um comboio que deveria partir também de Miramas para outra base militar, tendo as autoridades detido o suspeito, que foi indiciado por "roubo agravado" e "transporte e detenção de armas de guerra".
Em Portugal, entre o material de guerra furtado dos Paióis Nacionais de Tancos, estavam granadas de mão, granadas anticarro e explosivos.
A Procuradoria-Geral da República anunciou na terça-feira que abriu um inquérito ao caso, por suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo internacional.
No Exército português decorrem averiguações internas e o ministro da Defesa Nacional, que afirmou desconhecer problemas de insegurança naquela base militar, determinou uma inspeção extraordinária às condições de segurança dos paióis.
Na sequência deste caso, o Presidente da República exigiu o apuramento total dos factos ocorridos e o CDS-PP pediu a demissão do ministro da Defesa Azeredo Lopes.
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