Em setembro, começa a festa da mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo: as vindimas.

Nas quintas do Douro, esta é época de vindimas também para os turistas que, desde cortar as uvas até à pisa nos lagares tradicionais, podem participar em programas desenhados para todos os gostos e carteiras.

Para guiar os visitantes pelo Douro, foi lançada este verão a primeira rota privada de enoturismo.

O “All around Douro” é um desdobrável gratuito e com formato de bolso que traça um périplo por 16 quintas situadas entre o Peso da Régua e o Pinhão, concelho de Alijó, no distrito de Vila Real.

Trata-se de um guia de bolso, em inglês, com uma breve apresentação das quintas incluídas no projeto, horários das visitas e outras atividades.

A Quinta dos Murças, em Peso da Régua, integra esta rota e abre este ano, pela primeira vez, as portas a que quiser participar na vindima.

“Queremos mostrar o que fazemos aqui, partilhar a nossa visão de trabalhar aquilo que a natureza nos dá de forma muito sustentável. Aliamos a tradição às técnicas mais modernas, sustentáveis e amigas do ambiente”, salientou Mariana Monteiro, da Quinta dos Murças.

A responsável referiu que os programas podem ser “ajustados à medida de cada cliente”.

Por um dia, os visitantes vão poder visitar as caves e adega da Quinta dos Murças e participar na típica lagarada duriense, com entrada no lagar e pisa a pé.

O programa está disponível a partir de 15 de setembro e conta com degustação de vinhos da quinta, que há uma década é propriedade do Esporão e que, desde 2017, está em modo de produção biológica.

O programa da Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo, em Sabrosa, está disponível a partir de segunda-feira e apresenta três propostas, com diferentes preços, que incluem desde visitas à adega, provas, almoço ou passeio de barco no rio.

Todos os programas incluem tempo livre para caminhar pelas vinhas e contactar com as equipas que estão em vindima.

A Quinta de la Rosa, também em Sabrosa, desenhou programas específicos para a vindima, entre setembro e outubro, de meio dia ou um dia inteiro, que incluem uma visita guiada às vinhas do Vale do Inferno, construídas antes da Primeira Guerra Mundial, e que suportam alguns dos mais altos terraços em xisto do Douro.

Os visitantes poderão participar no corte da uva ou entrar nos tradicionais lagares de granito para pisa das uvas a pé.

A Quinta da Casa Amarela, em Lamego, abriu as portas ao enoturismo em 1996 e, por ano, recebe entre 2.500 a 3 mil turistas, principalmente entre os meses de abril até a final de outubro, com um ponto alto em setembro.

A abertura dos programas de vindima está dependente do início do corte das uvas na propriedade, que ainda não tem data marcada.

A proprietária Laura Regueiro disse à Lusa que, nesta quinta, todo o processo de vinificação é “feito de forma tradicional” e que os programas incluem as lagaradas.

“Somos uma empresa familiar e queremos manter este perfil e, como tal, somos nós, os proprietários, que na maior parte das vezes atendemos as pessoas que nos visitam”, referiu.

A Quinta da Casa Amarela também integra a roda “All around Douro”, um projeto que Laura Regueiro classificou como “muito importante” já que visa a “divulgação da região” e “aquilo que cada uma das quintas tem de distinto”.

O Douro é, referiu, construído por pequeno, médios ou grandes viticultores, as quintas também são de diferentes dimensões e “cabe ao turista fazer a sua escolha”.

“Foi um reunir de vontades que acabou por resultar neste projeto que mostra as diferentes vertentes da região em termos de paisagem, gastronomia e de vinhos. Foi um trabalho de complementaridade”, salientou.

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