A retirada do Acordo de Paris anunciada no dia 1 de junho pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, foi condenada em textos apresentados por CDS-PP, PAN - Pessoas-Animais-Natureza, PCP, BE e "Os Verdes".

Os dois últimos votos de condenação, de BE e PEV, foram aprovados por unanimidade e os restantes textos tiveram os votos favoráveis de PS, BE, PEV e PAN, depois de um debate em que a decisão da administração norte-americana foi criticada por todas as bancadas.

Bruno Coimbra, deputado do PSD, afirmou que Donald Trump tomou uma decisão "tão típica das lideranças frágeis que necessitam de se demarcar dos seus antecessores", deixando os Estados Unidos "do lado errado da história".

O social-democrata acrescentou que "Portugal deve agora, com a Europa, dar força ao acordo".

Pelo PS, Renato Sampaio declarou que os Estados Unidos assumiram "uma posição de profunda irresponsabilidade" e que, assim, aquele país "não é um aliado confiável, porque rompe um acordo firmado".

Segundo o socialista, Portugal tem estado "na linha da frente no combate às alterações climáticas", enquanto a atual administração norte-americana está "a defender apenas e só as indústrias poluentes dos Estados Unidos, em detrimento da preservação do planeta".

Jorge Costa, do BE, considerou que a saída do Acordo de Paris "confirma uma presidência perigosa" dos Estados Unidos, que descreveu como "o projeto de poder de uma elite fóssil, de um lóbi petrolífero, que tem o negacionismo das alterações climáticas no coração do seu discurso".

Ressalvando que para o BE as metas do Acordo Paris são "insuficientes", Jorge Costa defendeu que os seus demais subscritores, e os cidadãos ao nível global, têm agora "a obrigação de dar o exemplo, de dar uma contrarresposta" comprometendo-se com a luta contra as alterações climáticas.

André Silva, do PAN, disse que "o rasgar do acordo" pelos Estados Unidos "é uma declaração de guerra à sustentabilidade da vida humana na terra" e apelou à ação global contra o consumismo.

Heloísa Apolónia, do PEV, também pediu "que os países signatários do Acordo de Paris prossigam esta luta global", após acusar a administração de Trump de "pôr a economia muito acima de qualquer linha e orientação de defesa ambiental e de segurança das populações".

João Almeida, do CDS-PP, afirmou que se trata de "uma decisão errada" com "graves consequências ao nível internacional", que vem "frustrar uma confiança mútua" que havia sido conseguida com "posições moderadas".

Pelo PCP, a deputada Ana Virgínia Pereira começou por apontar "inúmeras insuficiências, dúvidas e preocupações" ao Acordo de Paris e, depois, criticou também a decisão dos Estados Unidos, declarando que foi tomada em nome da "promoção de interesses económicos" e "deve ser condenada politicamente nesta Assembleia".

Ainda sobre esta matéria, foi também aprovado hoje, com a abstenção de PCP e CDS-PP, um voto de congratulação apresentado pelo PAN pela formação da Aliança Climática dos Estados Unidos, composta por treze estados norte-americanos, e da coligação "We are still in", formada por empresas, políticos e personalidades da sociedade civil daquele país.

Concluído em 12 de dezembro de 2015, na capital francesa, assinado por 195 países e já ratificado por 147, o Acordo de Paris visa limitar a subida da temperatura mundial pela redução das emissões de gases com efeito de estufa e entrou formalmente em vigor em 4 de novembro de 2016.

Portugal ratificou o Acordo de Paris em 30 de setembro de 2016, tornando-se o quinto país da União Europeia a fazê-lo e o 61.º do mundo.

[Notícia atualizada às 14:46]

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