“Todos os participantes do grupo de acompanhamento da empreitada de prolongamento do quebra-mar do Porto de Leixões tinham conhecimento dos 'timings' [prazos] previstos, ou seja, todos sabiam que depois de publicada a DIA – que deu resposta às questões mais relevantes que saíram do processo de discussão pública – o passo seguinte seria o da adjudicação”, reagiu, assim, esta autarquia do distrito do Porto à adjudicação da obra, anunciada hoje pela administração portuária.

Portanto, está tudo a decorrer como o previsto, vincou, numa nota enviada à Lusa.

Por seu lado, o Movimento Diz Não ao Paredão lamentou hoje que a obra tenha sido adjudicada sem ter sido reavaliada, conforme recomendação da Assembleia da República ao Governo.

“Tenho pena que não tenham seguido a recomendação da Assembleia da República e, desta forma, ficamos todos a perder com a não reavaliação desta empreitada”, afirmou à Lusa o presidente do movimento, Humberto Silva, numa alusão às quatro resoluções que o Parlamento aprovou, em 16 de outubro, e que recomendavam ao Governo a suspensão ou reavaliação das obras do prolongamento do quebra-mar.

A obra de prolongamento do quebra-mar do Porto de Leixões, em Matosinhos, foi adjudicada e deverá ser consignada em fevereiro, revelou hoje à Lusa o presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).

A assinatura do contrato com o consórcio liderado com a Teixeira Duarte, Tecnovia e Dredging aconteceu terça-feira, disse Nuno Araújo.

“A expectativa é que durante o próximo mês de fevereiro aconteça a consignação da obra do quebra-mar e dragagem, dando-se assim o pontapé de saída da obra”, afirmou.

Com um prazo de execução de 30 meses, a empreitada de melhoria das acessibilidades marítimas ao Porto de Leixões, que compreende o prolongamento do quebra-mar em 300 metros e a dragagem da bacia de rotação, implica um investimento de 147 milhões de euros, contou.

Nuno Araújo adiantou ainda que está a ser feito um estudo sobre o “valor económico do desporto de ondas em Matosinhos e no Grande Porto”, uma das recomendações do “parecer favorável condicionado” da comissão de avaliação ambiental.

Por isso, a APDL prevê indemnizar, se for caso disso, as empresas deste setor ou apoios e equipamentos de praia (bares e restaurantes), ressalvou.