“Esta é uma forma de sensibilização e de pressão, mais uma vez, para voltarmos à mesa negocial, para negociarmos o que está previsto no Orçamento do Estado (OE) de 2018 e, agora, também reforçado no OE de 2019. Ou seja, negociar o prazo e o modo da recuperação desses nove anos, quatro meses e dois dias”, explicou à Lusa, Laura Valente Rocha, secretária nacional da FNE.

A iniciativa, que arrancou na Praça da Liberdade, no Porto, consistiu no desfraldar de uma grande bandeira, com a mensagem “942 - Só queremos o que é nosso”, que será assinada pelas pessoas que quiserem associar-se a esta campanha.

“Nenhum profissional gostaria que lhe tirassem nove anos da sua vida profissional. Não está em causa desestabilizar Orçamento de Estado nenhum, por isso é que se fala no prazo e no modo, de maneira que seja uma verba que caiba no OE e não fragilize o país”, sublinhou Laura Rocha.

Com esta ação, a FNE visa mostrar ao Governo e ao Ministério da Educação que não desiste de lutar pelo direito da recuperação integral do tempo de serviço congelado aos professores portugueses.

“Os professores das ilhas conseguiram e nós também temos de conseguir. As verbas em causa não são assim tão elevadas e está previsto porque foi aprovada pelos senhores deputados na Assembleia da República. Que se cumpra”, frisou.

A FNE manifesta “total disponibilidade para o retomar das negociações com o Governo, mas também a intransigência na luta pelo objetivo de a contabilização do tempo de serviço, tal como acontece em relação às carreiras gerais da Administração Pública, ser de 9 anos, 4 meses e 2 dias e em cumprimento do que estabelece a Lei do Orçamento de Estado para 2018”.

Para a FNE “seria inadmissível que o Governo quisesse repetir em 2019 a estratégia que adotou em 2018, o que, a acontecer, constituiria uma atitude de desrespeito inaceitável, quer em relação à Assembleia da República, quer em relação aos educadores e professores portugueses”.

A campanha "942 - Só queremos o que é nosso" visa “denunciar todas as situações que não constituam o cumprimento, pelo Governo, da responsabilidade que agora lhe foi de novo entregue e de na sequência, adotar as medidas que forem adequadas”.

“Nós não desistimos do que é de direito e de justiça. Não abdicaremos de um único dia dos 9 anos, 4 meses e 2 dias de trabalho efetivo que tem de ser recuperado”, frisa a FNE.