“O Conselho de Segurança não é uma ferramenta que os Estados Unidos podem manipular como bem entenderem”, apontou Zhao Lijian, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China.
“A China e os países que amam a justiça não permitirão que os Estados Unidos tomem o Conselho de Segurança como refém dos seus próprios interesses”, acrescentou, em conferência de imprensa.
Ativistas pró-democracia em Hong Kong e vários países consideram que a nova legislação vai reduzir as liberdades na região semiautónoma da China, que tem um conselho legislativo e executivo locais. Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá ou o Japão expressaram os seus receios.
Os Estados Unidos e o Reino Unido exigiram uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a lei da segurança nacional aprovada por Pequim para Hong Kong.
O assunto será discutido durante uma videoconferência informal num formato que permitirá a qualquer membro abordar várias questões e às quais a China não se poderá, em princípio, opor, de acordo com as mesmas fontes citadas pela agência de notícias francesa France-Presse.
O projeto de Lei foi aprovado durante o encerramento da sessão anual do legislativo chinês, cujos cerca de 3.000 delegados são na maioria membros do Partido Comunista da China (PCC), partido único do poder no país asiático.
A lei proíbe “qualquer ato de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, roubo de segredos de Estado, a organização de atividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong”.
O artigo 23 da Lei Básica, a miniconstituição de Hong Kong, estipula que a cidade avance com legislação nesse sentido, mas tal revelou-se difícil, face à resistência da população de Hong Kong, que teme uma redução das suas liberdades.
Na China continental, os tribunais recorrem frequentemente à lei de segurança nacional, incluindo acusações como “separatismo” ou “subversão do poder do Estado”, para prender dissidentes ou ativistas, que desafiam o domínio do Partido Comunista Chinês.
Comentários