Em conferência de imprensa, um membro da comissão organizadora do encontro, o arcebispo de Chicago (EUA), Blasé J. Cupich, disse que a reunião será "um momento crucial" e "um ponto de viragem" para a Igreja a tomar consciência da sua responsabilidade.
Mas acrescentou que não há necessidade de criar as expectativas do que será alcançado, porque os abusos não terminarão em três dias, mas que é importante a igreja se concentrar nesta primeira tarefa.
Cupich disse que durante esses quatro dias vai ser debatida a questão da "responsabilidade dos bispos" e a "transparência".
Por outro lado, explicou, ao voltarem para casa, todos os participantes devem ter em conta que “estão perante uma encruzilhada”.
O também membro da comissão organizadora e vice-secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, o maltês Charles Scicluna, sublinhou a necessidade de "quebrar o código de silêncio, cumplicidade e negação, porque a verdade é o que realmente conta".
O moderador da reunião e porta-voz do Vaticano, padre Lombardi, explicou que o encontro contará com a participação de cerca de 190 pessoas, incluindo 114 presidentes de conferências episcopais de todo o mundo, dez representantes de congregações homens e dez mulheres, chefes de vários dicastérios (ministérios do Vaticano) e especialistas.
A cimeira será precedida de uma reunião que a comissão organizadora irá manter com um grupo de uma dúzia de vítimas, entre os quais o espanhol Miguel Hurtado, que acusou o monge de Montserrat Andreu Soler e o chileno Juan Cruz, entre outros.
Algumas vítimas também participarão nas reuniões no Vaticano.
A reunião começará com alguns vídeos das reuniões que os presidentes das conferências episcopais tiveram com algumas vítimas durante estes dias, embora os dados de quantas participaram encontros não tenham sido fornecidos.
A cimeira começará na quinta-feira com algumas palavras do papa, seguindo-se palestras
À tarde, serão formados grupos de trabalho para analisar as experiências de cada cultura, país ou pessoal em casos de abuso infantil.
O papa Francisco disse hoje no Twitter que quer que a reunião sobre a proteção de menores na Igreja seja um "ato de forte responsabilidade pastoral diante de um desafio urgente de nosso tempo".
O escândalo dos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica foi um dos grandes desafios do papa em 2018.
O abuso sexual contra crianças durante vários anos chegou a ser classificado pelo secretário do papa emérito Bento XVI como “o 11 de Setembro da Igreja Católica”, um momento apocalíptico com incontáveis vítimas.
A 12 de setembro, Francisco decidiu marcar uma cimeira sobre os abusos sexuais na Igreja, convocando os presidentes de todas as conferências episcopais.
O anúncio foi feito no seguimento de um encontro do "C9", o grupo de cardeais que aconselha o papa sobre a reforma das estruturas da Igreja.
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