Em comunicado por ocasião do Dia do Migrante, o executivo comunitário e Borrell afirmaram que “percursos seguros, protegidos e legais permitem à União Europeia desbloquear o imenso potencial da mobilidade humana”.

“É um investimento na nossa economia e na nossa sociedade como um todo, apoiando áreas-chave como a transição ecológica e digital da UE e contribuindo para tornar a Europa mais competitiva, coesa e resiliente”, afirmaram.

A criação de tais caminhos legais para a migração “não só traz benefícios económicos, mas também pode ajudar a reduzir a migração irregular e insegura, bem como os custos humanos e económicos associados ao contrabando e ao tráfico”, defenderam.

Desde 2014, mais de 50.000 migrantes perderam a vida em rotas migratórias em todo o mundo, segundo dados oficiais.

Todos os anos, “milhares de migrantes” procuram chegar à UE de forma irregular e insegura, usando “rotas mortais”, enquanto entre 2 e 3 milhões de pessoas de todo o mundo chegam à UE legalmente para trabalhar ou estudar, segundo Bruxelas.

A imigração legal “desempenha um papel fundamental para a sociedade e economia da Europa”, sublinharam a Comissão Europeia e Borrell, acrescentando que, na “corrida ao talento global”, a migração é “um meio importante para fazer face à crescente escassez de competências na UE”.

“Ao longo da pandemia de covid-19, temos testemunhado a resiliência e inovação dos migrantes: médicos, enfermeiras, cientistas estiveram na linha de frente contra esta pandemia”, destacaram.

O Pacto sobre Migração e Asilo, apresentado pela Comissão, reconhece o papel “chave” da migração legal para a sociedade e economia europeias, também no âmbito de parcerias com países terceiros.

Por exemplo, a UE está a trabalhar para criar novos caminhos para a migração legal, para todos os níveis de educação e conjuntos de habilidades, estabelecendo parcerias “fortes e mutuamente benéficas” com países parceiros, incluindo Tunísia, Marrocos e Egito.

“Devemos aproveitar o potencial da mobilidade humana”, concluíram.

A migração, a par das questões económicas, será um dos temas que vai estar em foco numa cimeira europeia extraordinária convocada para os dias 9 e 10 de fevereiro.