“A ideia é simples: se não houver procura e as empresas ficarem sem trabalho devido ao choque externo temporário provocado pela covid-19, elas não devem suspender os contratos [através do ‘lay-off’] dos seus funcionários. Devem continuar a empregá-los, mesmo com menos trabalho e, durante esse tempo, os trabalhadores podem, por exemplo, obter novas competências e ensinamentos que beneficiarão a empresa e a si mesmos”, explica numa mensagem de vídeo hoje publicada a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Em causa está uma proposta do executivo comunitário, que será apresentada esta semana aos países europeus, assente no “trabalho de curta duração apoiado pelo Estado”, com verbas de Bruxelas, adianta a líder da Comissão Europeia, precisando que “o objetivo é ajudar Itália, Espanha e todos os outros países que estão a ser duramente atingidos” pela pandemia.
Nesta iniciativa, que Bruxelas designou como ‘Sure’ (‘Certo’, em tradução livre), pretende-se, então, recordar as “lições aprendidas durante a crise financeira de 2008″, quando alguns Estados-membros adotaram instrumentos semelhantes que “ajudaram milhões de pessoas a manter os seus empregos e as empresas a passar pela crise financeira com os seus funcionários”.
“Graças ao ‘Sure’, mais pessoas manterão seu emprego durante a crise da Covid-19 e voltarão ao ritmo de trabalho normal assim que este bloqueio terminar, quando a procura voltar a aumentar e os pedidos também”, argumenta Ursula von der Leyen.
Considerando que a medida ajudará a uma mais “rápida recuperação económica”, a responsável defende ainda que, desta forma, também “se evita um ‘buraco’ na carteira destes funcionários durante a crise, podendo continuar a pagar as suas rendas e a comprar os mantimentos necessários”.
Através da rede social Twitter, o comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, explica que em causa está um “fundo europeu para […] defender o trabalho nos países mais afetados”.
“Um primeiro passo e importante”, adianta Paolo Gentiloni.
No vídeo, Ursula von der Leyen classifica a Covid-19 como a “maior tragédia humana desde as guerras”, que já “mudou dramaticamente” as rotinas dos europeus.
Por isso, com este novo instrumento europeu, Bruxelas quer “ajudar as fortes e saudáveis empresas que estão a lutar pela sobrevivência durante a atual crise”, nomeadamente em capitais económicas como Milão ou Madrid, que “compõem a espinha dorsal da economia da Europa”, adianta a responsável.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 165 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 458 mil infetados e mais de 30.000 mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos.
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