“O Governo espanhol decidiu, de forma concertada com Portugal, a suspensão dos voos procedentes do Reino Unido a partir de amanhã [terça-feira], exceto para os cidadãos espanhóis ou residentes” em Espanha, de acordo com um comunicado de imprensa enviado à Lusa em Madrid.
De acordo com a mesma nota, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, acaba de ter uma conversa “sobre estas decisões comuns” com o seu homólogo, o primeiro-ministro português, António Costa.
O ministro da Saúde espanhol, Salvador Illa, também manteve conversações com a sua congénere portuguesa, Marta Temido, enquanto a ministra espanhola dos Negócios Estrangeiros informou o Governo britânico e a Comissão Europeia da decisão tomada.
A medida foi tomada na sequência da reunião do mecanismo de crise da União Europeia, hoje em Bruxelas, que “analisou os efeitos da nova variante da covid-19 detetada no Reino Unido e apelou para que fossem evitadas as viagens não essenciais”.
Madrid acrescenta que a decisão “adotada de forma coordenada com Portugal” também significa “um reforço dos controlos” no posto fronteiriço com Gibraltar, um território britânico que se encontra no sul de Espanha, no estreito com o mesmo nome.
O Governo espanhol toma esta medida depois de as autoridades portuguesas já terem avançado no domingo com restrições idênticas, com efeito a partir das 00:00 de segunda-feira, à entrada em Portugal de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, permitindo a entrada apenas a cidadãos nacionais ou legalmente residentes em Portugal.
À chegada a Portugal, os passageiros que cumpram esses requisitos de entrada, têm ainda de apresentar um teste laboratorial de rastreio negativo ao SARS-Cov-2.
Os Estados-membros da União Europeia (UE) estão reunidos de emergência hoje para discutir a nova variante da covid-19 descoberta no Reino Unido, visando coordenar as respostas comunitárias.
O Mecanismo Integrado da UE de Resposta Política a Situações de Crise (IPCR) foi ativado pela primeira vez no âmbito da pandemia de covid-19 em janeiro deste ano, ainda na então presidência croata da União, para os países partilharem informações entre si.
Segundo os cientistas britânicos, a nova estirpe parece ser responsável pelo aumento preocupante das infeções em Londres e em vários condados do sudeste e leste da Inglaterra, tendo obrigado a confinar mais de 20 milhões de pessoas.
(Notícia atualizada às 16h00)
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