Em declarações à agência Lusa, Gualberto Rita disse que cerca de 80% da frota pesqueira “está parada”, devido à pandemia de Covid-19, com “fortes impactos” no rendimento dos pescadores e na economia.

O dirigente referiu que a frota da pesca do atum regista uma “paragem completa”, enquanto os palangreiros, embarcações de pesca de espécies de fundo, encontram-se na mesma situação.

“O que se tem registado é alguma pesca de chicharro”, declara Gualberto Rita, que refere que os pescadores estão a acatar as indicações das autoridades regionais para fazer face à pandemia, mas “isso está a causar-lhes muito problemas, principalmente devido aos fortes impactos nos rendimentos”.

O presidente da Federação de Pescas dos Açores, que aponta a necessidade de adotar medidas de compensação, recorda que as espécies de exportação são as que registam “maior valor em primeira venda”, mas as exportações estão “praticamente fechadas”.

A pesca açoriana vai “limitar-se a pescar aquelas que são as espécies consumidas a nível regional”, que são de valor “muito mais baixo”, o que se reflete no rendimento dos pescadores dos Açores.

Também em declarações à Lusa, Pedro Melo, da Associação dos Comerciantes do Pescado dos Açores refere que se está com baixas de “cerca de 70 a 80% para o mercado de escoamento e exportação”, sendo que “internamente, é impossível, por enquanto, quantificar” valores.

“Na verdade, a leitura de tudo isto é muito difícil. Estamos muito dependentes do mercado externo e necessitamos de mais uns dias para perceber como se vai comportar o mercado daqui para frente”, declarou.

Pedro Melo aponta que “existe uma grande incerteza nestes primeiros dias” e o que a associação, o Governo Regional e a Federação de Pescas dos Açores têm feito é ,“em conjunto, acompanhar toda esta situação”.

Os Açores têm atualmente três casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus que provoca a Covid-19.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.

Dos casos confirmados, 696 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O boletim divulgado pela DGS assinala 6.061 casos suspeitos até hoje, dos quais 488 aguardavam resultado laboratorial.

Segundo os dados mais recentes da DGS, o número de casos recuperados manteve-se em três. No entanto, o SAPO24 confirmou na manhã do dia 18 de março um quarto caso de recuperação, que já teve alta do Hospital de São João do Porto, mas que não é considerado nesta contagem.

De acordo com o boletim, há 8.091 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Atualmente, há 24 cadeias de transmissão ativas em Portugal.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de hoje.

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