“Em grande medida, a atividade está suspensa [devido à pandemia de Covid-19]. O nosso trabalho tem em conta dois constrangimentos, primeiro a fonte da comida que são os restaurantes estão fechados ou a fechar. Depois a saúde pública, já que se trata de um modelo socialmente muito intenso”, explicou Hunter Halder, em declarações à Lusa.
De acordo com o responsável, a recolha “já não existe” e não há ninguém na sede.
Hunter Halder acrescentou que a atividade dos 60 núcleos existentes no país está suspensa, mas garantiu que se está a “trabalhar nos bastidores para encontrar soluções” durante um período de transição.
O responsável disse também que estão a ser mantidos contactos com membros da Assembleia da República para, em conjunto, “olhar para soluções” que ainda não estão definidas, mas que acredita que “de certeza vão haver”.
De acordo com Hunter Hadler, há modelos de atuação em estudo, mas que “dependem de terceiros”, acrescentando a existência de “duas potenciais fontes de alimento temporárias, mas que ainda não estão asseguradas neste momento”.
“Vamos garantir aos sete mil voluntários que estão interessados em servir a comunidade que vamos fazer tudo para encontrar a solução eficaz e também segura para todos”, afiançou.
A Re-Food é uma organização independente, orientada por cidadãos, uma comunidade de caridade eco humanitária, que trabalha para eliminar o desperdício de alimentos e a fome em cada bairro, recebendo donativos dos restaurantes da zona de cada núcleo, comida que é depois distribuída pelos voluntários.
Em Campolide, freguesia de Lisboa que não entrou na Rede Re-Food porque já tinha a funcionar um sistema de distribuição de comida semelhante - o Celeiro Solidário -, a partilha de comida continua a processar-se como antes, apesar de ter existido uma diminuição de dadores, disse à Lusa o presidente da Junta, André Couto.
"Reforçámos nós a capacidade de resposta, tanto para garantirmos que as famílias que dependem de nós não venham a ter falta de alimentos ao longo desse período, como para assegurar que novas situações que nós sinalizemos também tenham uma resposta", disse o autarca.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira. O número de mortos no país subiu para três.
Dos casos confirmados, 696 estão a recuperar em casa e 89 estão internados, 20 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O boletim divulgado pela DGS assinala 6.061 casos suspeitos até hoje, dos quais 488 aguardavam resultado laboratorial.
Segundo os dados mais recentes da DGS, o número de casos recuperados manteve-se em três. No entanto, o SAPO24 confirmou na manhã do dia 18 de março um quarto caso de recuperação, que já teve alta do Hospital de São João do Porto, mas que não é considerado nesta contagem.
De acordo com o boletim, há 8.091 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Atualmente, há 24 cadeias de transmissão ativas em Portugal.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de hoje.
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