“Informa-se que o senhor Víctor Liendo Muñoz foi notificado sobre o fim das suas funções como segundo secretário nesta Embaixada na segunda-feira 18 de fevereiro”, indica a mensagem enviada à agência Lusa.

Nm vídeo divulgado terça-feira na conta da rede social Twitter de Franscico Sucre, presidente da comissão de política externa, soberania e integração da Assembleia Nacional da Venezuela, Víctor Liendo Muñoz emite uma declaração onde reconhece o chefe do parlamento e autoproclamado Presidente Juan Guiadó, e pede que sigam o seu exemplo.

"Diplomatas e funcionários da administração pública, membros das forças de segurança e das forças armadas: os nossos cargos estão ao serviço do Estado para proteger o povo. Vamos cumprir o nosso dever colocando-nos do lado certo da história", afirma Víctor Liendo-Muñoz na sua mensagem.

Na sua conta Twitter, Francisco Sucre emite ainda um apelo direto aos diplomatas venezuelanos para reconhecerem “a autoridade de Juan Guaidó como Presidente encarregado”.

No dia 19 de fevereiro, e numa decisão que abrangeu diversos países, Juan Guaidó designou José Rafael Cots Malavé DaSilva como “novo embaixador” para Lisboa, mas o eventual processo de substituição ainda permanece por esclarecer.

No passado dia 21, o ministro dos Negócios estrangeiros português disse que o executivo de Lisboa aguarda que a Assembleia Nacional venezuelana comunique formalmente a intenção de alterar o representante diplomático em Portugal para depois tomar uma decisão.

“Aguardamos que a Assembleia Nacional venezuelana, querendo, nos comunique formalmente a decisão que terá tomado para examinarmos então, à luz do direito internacional, e também da nossa própria posição” a resposta a dar, disse Augusto Santos Silva.

Na sexta-feira, o embaixador da Venezuela em Portugal, Lucas Rincón, afirmou que Juan Guaidó “não é nenhum Presidente”, e garantiu que “respeita" e tem “boa relação” com o Governo português.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos do chefe de Estado, Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições presidenciais livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.