O que faziam os seus pais?
O meu pai era profissional de seguros. A minha mãe era dona de casa, embora recomendasse sempre às outras pessoas que o não fossem, porque achava que era redutor do estatuto da mulher.
Quem são os seus amigos?
Tenho muitos amigos. Em geral são pessoas de fora da política, mulheres e homens, uns que estiveram comigo na primária, outros que foram meus vizinhos, outros que fizeram comigo o secundário ou a universidade e um ou outro que conheci já no exercício profissional. São amigos íntimos, não são pessoas públicas: Pedro Magalhães, Nicolau Freitas, Mónica Azevedo, Pedro Azevedo, Paulo Santos Carvalho…
Qual o seu maior medo?
[Pausa] Nunca pensei… Mas não sou muito de grandes medos.
O seu pior defeito?
Talvez alguma teimosia.
A pessoa que mais admira?
A pessoa que mais admiro, e também de quem mais gosto, é a minha mãe, poderia dizer. Mas penso que nesta resposta se espera alguém de fora e poderia usar vários critérios, mas alguém vivo e personalidade pública, talvez o professor Gomes Canotilho. Ou Lucas Pires, que já morreu, ou Manuela Ferreira Leite, que admiro imenso. E também poderia falar de amigos, porque admiro dois ou três - não é que goste mais deles do que doutros, gostamos dos amigos com os defeitos que têm, mas estes são pessoas mais completas.
A sua principal qualidade?
Acho que a convicção.
Qual a maior extravagância que alguma vez fez?
Não sei. Fiz várias… Há uma coisa que faço muito: férias de carro, longas viagens. O meu sonho é fazer Porto-Moscovo, uma viagem a que chamo “a Europa de costa a costa”.
Qual o seu filme de eleição?
É muito difícil responder. Há um filme que me marcou muito e que vi muitas vezes, mas que é um clássico: “O Mundo a seus Pés”. Porque sim e porque representa a entrada no novo mundo, com aquela frase final: “RoseBud”, que me marcou sempre. Cada vez que revejo, vejo de um ângulo diferente, há ali muitas coisas que mexem comigo.
Que traço de perfil é preciso ter para trabalhar consigo?
Paciência. E tem de ser uma pessoa dedicada e disponível.
Uma qualidade que para si seja sobrevalorizada?
A inteligência e a beleza.
Mente?
[Sorri] Procuro não mentir.
O que o faz perder a cabeça?
Há várias coisas, mas há uma que detesto: pessoas que amuam. Quando tenho um problema gosto de o discutir e detesto as pessoas que entram em blackout em vez de verbalizar a sua insatisfação e de a discutir. Entram numa espécie de resistência passiva e ficam, por exemplo, dias e dias a trabalhar ou a conviver de modo formal e lacónico. Isso desespera-me.
O que o deixa feliz?
A humanidade das pessoas, um gesto de desprendimento, a entrega ao outro.
Se pudesse, o que mudaria imediatamente na Europa?
Há tanta coisa para mudar… Algo que tivesse um efeito multiplicador. Mudava a linguagem, que é muito tecnocrática, demasiado distante e codificada.
Se fosse uma personagem de ficção, quem seria?
Vou dizer uma coisa um bocadinho estranha, porque não é muito inspirador e é até um pouco extravagante, mas seria o Spirou. Tem uns laivos de Fantásio e outros de Astérix ou de Tintin.
Como gostava de ser lembrado?
Gostava de ser suavemente esquecido.
O melhor presidente de sempre?
[Abraham] Lincoln.
Quem não tem direito a uma segunda oportunidade?
Toda a gente tem direito a uma segunda oportunidade.
Qual a pior profissão do mundo?
O desemprego.
Se fosse um animal, que animal seria?
O marsupilami, do Spirou.
Pode contar uma anedota sobre políticos?
Conheço muitas, rio-me imenso, mas nunca me recordo de anedotas.
Esta série de perguntas rápidas faz parte da entrevista ao cabeça de lista do PSD às Eleições Europeias, disponível aqui. Paulo Rangel não foi o único, leia todas as conversas com os candidatos no especial Europa 2019 do SAPO24.
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